14 estados não informam dados de vacinação 17 dias após ataque hacker
O Brasil chegou hoje a 66,89% da população completamente vacinada contra a covid-19, segundo boletim do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Os dados estão bastante subnotificados, já que 14 estados não atualizaram os números nesta segunda-feira: Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins, Amapá.
Alguns estados atribuem a falta de atualização ao ataque hacker sofrido pelo Ministério da Saúde há 17 dias.
"Os dados do painel do coronavírus estão desatualizados desde o dia 9 de dezembro, por conta do ataque hacker ao ConecteSUS, sistema do Ministério da Saúde que reúne os dados sobre vacinas, medicamentos e atendimentos nas unidades de atenção básica", informou o governo do Amapá.
"Devido à instabilidade nos sistemas e-SUS Notifica e SI-PNI (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações), não há dados referentes às doses de vacinas aplicadas nesta segunda-feira", comunicou a Paraíba.
Ontem, o percentual de vacinação completa registrado era de 66,82%. Ou seja, de um dia para outro, foi registrado um aumento ínfimo de 0,07 pontos percentuais. Já a taxa de pessoas vacinadas com apenas uma dose é de 75,47%. Receberam a dose de reforço apenas 11,71% da população brasileira.
Início da vacinação infantil
O Ministério da Saúde informou hoje que a vacinação de crianças com 5 a 11 anos contra a covid-19 deve começar em janeiro. A imunização desta faixa etária está autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 16 de dezembro e já ocorre em outros países, como os Estados Unidos.
O início da vacinação infantil no Brasil só não deve ocorrer em janeiro se o Ministério da Saúde modificar seu entendimento atual sobre a vacinação infantil, em decorrência da consulta pública sobre o tema, aberta até 2 de janeiro.
"No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro", continua nota do Ministério da Saúde.
No dia da abertura da consulta pública, 23 de dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a intenção de tornar a vacinação infantil não obrigatória, e só liberar a aplicação da dose mediante pedido médico: "recomenda a inclusão da vacinação [infantil], de forma não compulsória. Em todos os casos, será exigida prescrição médica e autorização dos pais ou responsáveis, mediante assinatura de termo de assentimento à vacina pelos pediatras ou médico que acompanham as crianças".
Diversos estados disseram que não irão acatar a obrigatoriedade do pedido médico. A Rede Sustentabilidade também peticionou no STF (Supremo Tribunal Federal) contra medidas do governo federal que postergam e dificultam a vacinação infantil contra a covid-19.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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