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Pará investiga se mortes por hemorragia têm relação com a H3N2

Amostras de pacientes mortos por hemorragia são analisadas em laboratórios, no Pará - Divulgação/Agência Pará
Amostras de pacientes mortos por hemorragia são analisadas em laboratórios, no Pará Imagem: Divulgação/Agência Pará

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, em Belém

05/01/2022 17h48

A Secretaria de Saúde do Pará investiga as mortes de oito pessoas por hemorragia que também apresentavam sintomas gripais, ocorridas em dezembro de 2021, no Hospital Regional de Cametá, cidade da região nordeste do estado. A pasta busca saber se existe alguma relação entre os óbitos e o surto de H3N2 que atinge o município.

Amostras dos pacientes, com idade entre 18 e 35 anos, estão em análise no Lacen (Laboratório Central) e no Instituto Evandro Chagas, vinculados ao governo do estado, em Belém. A Sespa (Secretaria de Saúde do Pará) não informou o prazo para divulgação dos resultados dos exames.

Segundo o prefeito de Cametá, Victor Cassiano (MDB), os casos foram comunicados à Secretaria de Saúde em razão da circulação da variante da influenza no município e pelo quadro sintomático dos pacientes.

"Já são oito óbitos no município, de pacientes entre 18 e 35 anos, e nós estamos investigando a relação com esse vírus que está circulando aqui em Cametá. Há possibilidade de ser o H3N2", disse o gestor.

A preocupação do político é por conta do cenário epidemiológico do município, que chegou a provocar a suspensão das festas públicas de Réveillon.

"Cametá é fortemente atingido por uma epidemia de uma variante da influenza, que é a H2N3. Já há casos confirmados pelo Lacen, inclusive já tivemos o rastreio do primeiro paciente que testou positivo para a doença", disse o prefeito em suas redes sociais.

As mortes foram comunicadas ao governo do estado no fim de ano e, segundo o prefeito, uma equipe de técnicos da Secretaria de Saúde se dirigiu ao município para iniciar a investigação.

Em nota, a secretaria de saúde confirmou que, após notificação do Hospital Regional de Cametá, está investigando o fato junto à Vigilância Epidemiológica do município.

As amostras coletadas e enviadas ao Laboratório Central do Estado e Instituto Evandro Chagas são analisadas para detecção de vírus respiratórios e outros agravos, além da incidência de dengue, febre amarela e leptospirose.

Cidade adota medidas contra circulação do vírus

Diante do surto de gripe em Cametá, a prefeitura editou um decreto com várias medidas para conter o avanço da doença, como a suspensão do funcionamento de boates, casas noturnas, shows e afins, além de proibir aglomerações em locais públicos com mais de 100 pessoas.

A capacidade de ocupação em restaurantes, lanchonetes, bares, assim como academias e clubes recreativos foi reduzida para 50%, além da exigência da apresentação do comprovante de vacinação e os protocolos sanitários de uso de máscara e álcool em gel.

Já em relação aos atendimentos, foi criado o Centro de Atendimento à Síndrome Gripal, com uma equipe técnica de médicos e enfermeiros para consultas, serviços ambulatoriais e distribuição de medicamentos à população, com objetivo de descentralizar o atendimento das Unidades de Pronto Atendimento 24 horas.