Porta-voz de Biden 'dá aula' a repórter que questionou eficácia da vacina
Um vídeo da porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, "ensinando" a um repórter da Fox News a diferença dos efeitos da covid-19 entre vacinados e não vacinados viralizou nas redes sociais.
Em entrevista coletiva ontem, na Casa Branca, o repórter Peter Doocy questiona um comunicado divulgado pelo governo norte-americano, que cita uma "pandemia entre não vacinados". Ele argumenta que mesmo pessoas totalmente vacinadas, com a dose de reforço, são infectadas pelo coronavírus.
"Eu entendo que a ciência diz que as vacinas previnem contra a morte [por coronavírus]. Mas eu tomei três doses e ainda peguei covid. Você tomou três doses e ainda pegou covid. Por que o presidente ainda está se referindo a isso como uma pandemia dos não vacinados?", questionou ele.
Jen Psaki rebate a fala dizendo que "o impacto para as pessoas não vacinadas é muito mais terrível do que para as vacinadas". Os Estados Unidos têm um forte movimento antivacina.
"Recebi três doses da vacina. Tive sintomas mais leves. Você tem 17 vezes mais riscos de ser hospitalizado se não for vacinado, e 20 vezes mais riscos de morrer", afirmou a porta-voz, citando dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA. "Essas são estatísticas significativas e sérias."
O repórter insiste e questiona se o comunicado será alterado. "O presidente [Biden] vai atualizar sua linguagem em algum momento para refletir o fato de que pessoas com três doses da vacina estão pegando e espalhando covid?".
Neste momento, Jen Psaki repete que há uma diferença significativa entre estar vacinado e manifestar sintomas leves e não estar vacinado e ser hospitalizado ou morrer por covid-19.
Viés conservador
A rede de TV Fox News, onde trabalha Doocy, tem um viés conservador. A emissora do magnata Rupert Murdoch tradicionalmente mais alinhada a políticos republicanos.
Em março de 2021, a Fox chegou a ser processada por uma fabricante de máquinas de votação por supostamente veicular falsas alegações de que os equipamentos foram usados para fraudar as eleições presidenciais de 2020, quando o republicano Donald Trump foi derrotado por Joe Biden.
Três meses depois, a Fox News se recusou a transmitir um anúncio de 60 segundos, no qual mostra policiais relatando cenas de violência em ataque promovido por apoiadores do então presidente Donald Trump, no dia 6 de janeiro.
Coronavírus nos Estados Unidos
Nos primeiros dias de 2022, os Estados Unidos bateram o recorde de novos casos diários de covid-19 e também de hospitalizações. Ontem, o país registrou 1,35 milhão de novas infecções em 24 horas, de acordo com uma contagem da Reuters. É a maior marca em todo o mundo.
No mesmo dia, o número de pacientes hospitalizados pela covid-19 atingiu o maior patamar já registrado, tendo duplicado em duas semanas. São mais de 136.604 pessoas internadas, superando o recorde de 132.051 em janeiro do ano passado.
A nova onda de casos nos Estados Unidos está sendo influenciada pela variante ômicron, mais transmissível.
Uma vacina desenvolvida especificamente para combater a nova cepa provavelmente será necessária, afirmou o presidente-executivo da Pfizer. Segundo ele, a nova versão da vacina poderia ser lançada em março.
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