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Atila: Estamos no caminho de transformar covid em uma gripe via vacinação

O microbiologista Atila Iamarino: "A gente tem que entender que a covid nao vai desaparecer" - Reprodução/Globonews
O microbiologista Atila Iamarino: 'A gente tem que entender que a covid nao vai desaparecer' Imagem: Reprodução/Globonews

Do UOL, em São Paulo

18/01/2022 09h42

O microbiologista Atila Iamarino disse hoje, em entrevista à Globonews, que as vacinas têm tornado a variante ômicron mais leve e que, caso as próximas variantes não causem situação grave em quem está imunizado, o mundo estará "no caminho de transformar a covid numa gripe", via vacinação.

Iamarino ressaltou que as pessoas precisam entender que a covid não vai desaparecer, mas o que a tornará melhor "são as nossas atitudes".

"Aprender a conviver com o vírus é adotar medidas que ajudam a gente a segurar ele no momento em que ele precisa ser segurado", disse ele.

Questionado se a ômicron é o "começo do fim", o especialista afirmou que a variante dá sinais do que pode ser a convivência do mundo com o coronavírus. Ele prevê que uma nova variante com escape imune deve surgir no final da ômicron, porque o vírus já se mostrou capaz de fazer isso, assim como vírus da gripe.

"Agora, o que a ômicron está mostrando — e eu espero que isso continue com as outras variantes — é que nas pessoas que estão imunizadas a doença ficou um pouco mais leve (...) Se as próximas variantes também forem transmissíveis, mas não causarem situação grave em quem está imunizado, a gente está no caminho de transformar a covid numa gripe, via imunização", explicou.

Embora diga que as pessoas tenham sintomas mais leves com a nova variante, Iamarino ressaltou a necessidade dos infectados tomarem cuidados para não transmitirem o vírus para outras, se isolando e usando máscara de forma adequada.

Vacinação de crianças

O microbiologista também classificou como "fundamental" a vacinação de crianças contra a covid-19. O Brasil deu início à campanha, mas ela deve avançar a conta-gotas em boa parte das capitais brasileiras pelo mesmo problema enfrentado na campanha de vacinação de adultos: a falta de doses.

Como apenas a vacina da Pfizer é aplicada na faixa etária de 5 a 11 anos, a logística de entrega pelo laboratório e o prazo de remessa aos estados em poucas quantidades pelo governo federal emperra o avanço das campanhas.

"Elas [as crianças] não tinham um papel tão grande antes, quando ninguém estava vacinado e os adultos eram o problema maior. Mas agora elas passam a ser um dos elos fracos da nossa cadeia de proteção, bem como regiões com pouca vacinação no Brasil. Então, está mais do que na hora da gente cobrir de vacinas todo mundo que a gente pode", defendeu ele.