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EUA suspendem medicamentos contra covid ainda usados no Brasil

A FDA, agência reguladora americana, afirmou que esses medicamentos não funcionam contra ômicron - iStock
A FDA, agência reguladora americana, afirmou que esses medicamentos não funcionam contra ômicron Imagem: iStock

Colaboração para o UOL

25/01/2022 14h33Atualizada em 26/01/2022 11h29

A FDA (Food And Drug Administration) - agência reguladora dos Estados Unidos - suspendeu ontem o uso dos medicamentos da Regeneron (casirivimabe e imdevimabe) e Eli Lilly (bamlanivimabe e etesevimabe) contra covid-19. De acordo com a Reuters, esses coquetéis - liberados no Brasil - não funcionam contra a variante ômicron.

A agência reguladora de medicamentos não autoriza o uso dos medicamentos nos Estados Unidos, mas destacou que podem ser utilizados em determinadas regiões, caso haja eficácia contra possíveis novas variantes.

A FDA citou outros medicamentos que podem ser eficazes contra a ômicron, como os tratamentos da GlaxoSmithKline e Vir Biotechnology, além das pílulas antivirais da Pfizer e da MSD (chamada de Merck nos EUA e Canadá).

Segundo a Reuters, a GlaxoSmithKline e Vir Biotechnology estão expandindo a produção da droga sotrovimab para combater o aumento de casos de infecção pela ômicron nos Estados Unidos. A FDA também aprovou uso do antiviral remdesivir da Gilea Sciences, para tratar pacientes não hospitalizados com 12 anos ou mais.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma nota sobre a suspensão dos medicamentos nos EUA. A agência afirmou que notificou as empresas Eli Lilly e Roche para que ambas "apresentem justificativas para a manutenção da autorização de uso emergencial dos produtos casirivimabe + indevimabe e etesevimabe + banlanivimabe".

"A questão envolvendo as variantes circulantes no território nacional é muito relevante e deve ser constantemente avaliada. Os dados disponíveis e as limitações quanto à eficácia contra variantes estão previstos em bula, ficando a cargo do prescritor a avaliação clínica de eventual benefício quando da utilização do tratamento", diz a nota.

Aprovação pela Anvisa

Esses coquetéis foram aprovados pela Anvisa entre março e maio deste ano, de forma emergencial. Elas são de alto custo e têm indicação bastante limitada e precisa, sempre em pacientes com mais de 12 anos e acima dos 40 quilos que apresentam risco de se tornarem casos graves.

Não se tratam de remédios universais nem de tratamentos preventivos contra a covid, sem poder para controlar a pandemia.

Em dezembro do ano passado, o VivaBem mostrou que, no Brasil, seis medicamentos já foram aprovados emergencialmente para o tratamento da covid-19 pela Anvisa.

Na maioria dos casos, são indicados para pacientes internados em hospitais e em situações bem específicas. Em geral, os custos são mais altos e nenhum deles está disponível na rede pública.

De acordo com os hospitais consultados pela reportagem, o avanço da vacinação no país e, consequentemente, a redução de números de casos e mortes, diminuiu a necessidade de uso desses remédios nas instituições. Com poucos pacientes internados, não há tanta oportunidade para administrá-los.

Infecções pela ômicron

A variante ômicron contamina 100 pessoas a cada três segundos no mundo. Mas, se houver um avanço da vacinação e a distribuição de doses pelo mundo, a fase aguda pandemia da covid-19 pode acabar em 2022, com o fim da declaração de emergência sanitária global.

A declaração é do diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus que, nessa segunda-feira, abriu a reunião do Conselho Executivo da entidade com um apelo para que o mundo assuma a tarefa de colocar fim à crise nos próximos doze meses.

Para ele, existem meios de chegar a uma situação mais estável. Mas é "perigoso" ainda apostar no fim da pandemia e criticou estratégias que permitam que o vírus simplesmente circule.