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Covid: Precisamos manter declínio nos índices, diz Gabbardo sobre Carnaval

Segundo Gabbardo, próximo passo é a redução significativa no número de mortes pela covid-19 - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Segundo Gabbardo, próximo passo é a redução significativa no número de mortes pela covid-19 Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Henrique Sales Barros e Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

16/02/2022 14h24Atualizada em 16/02/2022 15h27

Apesar da indicação de queda nos números de casos e internações por covid-19, o médico João Gabbardo, que coordena o Comitê Científico do Coronavírus em São Paulo —ligado ao governo estadual— pediu atenção à população nas próximas semanas —especialmente por causa do Carnaval.

De acordo com Gabbardo, a volta à "vida normal" depende de os índices epidemiológicos não piorarem após o período que é marcado por festas.

São nessas ocasiões (feriados) que temos aumentos nos números de casos. Ocorrem aglomerações e encontros, e as pessoas ficam muito próximas e falando alto. Isso sempre traz, como consequência, uma piora nos indicadores."
João Gabbardo, coordenador do Comitê Científico

As declarações de Gabbardo ocorreram em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Na ocasião, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn afirmou que a ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no estado está em 64,5%.

"É importante lembrar que, no dia 1º de fevereiro, estávamos, no estado, com 73% da ocupação", disse. "Claramente houve uma queda significativa", disse Gorinchteyn.

Ainda de acordo com o secretário, desde 1º de fevereiro até hoje, houve uma redução de 3,5 mil no número de pacientes internados em leitos hospitalares (incluindo UTI e enfermaria) no estado. "Só em UTIs, foram cerca de 900 a menos."

O número de mortes, entretanto, ainda não está em queda —de ontem para hoje, foram registrados 397 novos óbitos. Isso reforça a necessidade de "se resguardar" entre o fim de fevereiro e começo de março, disse Gabbardo.

Para o Carnaval, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decretou ponto facultativo na segunda-feira, 28 de fevereiro, e na terça-feira, 1º de março. Nos órgãos públicos do estado, o expediente fica suspenso até as 12h da Quarta-feira (2) de Cinzas.

Em janeiro, os prefeitos Ricardo Nunes (MDB) e Eduardo Paes (PSD-RJ), de São Paulo e do Rio, se reuniram e decidiram adiar os desfiles das escolas de samba para abril.

'Volta à vida normal'

Gabbardo alertou que, para que se possa voltar a uma "vida normal" —próxima do que era antes da pandemia—, "nas próximas semanas", é preciso "que a gente consiga ultrapassar o feriado de Carnaval sem uma piora nos indicadores".

"É fundamental que segurem um pouco mais essa atenção. Estamos em um momento importante, de declínio, e precisamos manter os nossos indicadores favoráveis."

Questionado sobre a possibilidade de liberação das máscaras de proteção em espaço aberto, Gabbardo respondeu que não há previsão. E reforçou que esse aval depende diretamente dos números da pandemia após o Carnaval.

"Tudo vai depender dos nossos indicadores, do que a gente estiver fazendo no Carnaval. É muito provável que, se conseguirmos passar bem esse período, em breve, poderemos ter algumas iniciativas fazendo com que tenhamos uma vida mais próxima da normalidade. Não existe definição de data", completou.