Covid: Após pico de casos com ômicron, transmissão e internações caem em SP
As taxas de transmissão da covid-19 e de internações devido à doença estão em queda desde o início de fevereiro no estado de São Paulo, segundo levantamento do Infotracker, plataforma de monitoramento de dados da USP e Unesp, feito a pedido do UOL.
A redução dos casos e das hospitalizações se dá após mais uma onda de covid-19, causada pela variante ômicron, que é mais transmissível e fez os índices de testes positivos, internações e mortes voltarem a subir rapidamente desde o fim do ano passado.
A taxa de transmissão (Rt) vem caindo desde 5 de fevereiro. Nos dias 4 e 5, os pesquisadores registraram o pico de transmissão deste ano, com taxa em 1,88 —isso significa que 100 pessoas infectadas pela covid-19 transmitiam a doença para outras 188.
Na última segunda-feira (14), o índice chegou a 1,53. As projeções do Infotracker apontam que, em 20 de fevereiro, deve cair para 1,19.
No ano passado, a taxa de transmissão não chegou no nível alto da taxa deste ano. Em 21 de janeiro de 2021, a taxa bateu o máximo de 1,49.
A Prefeitura de São Paulo também registrou dados que indicam queda na transmissão da doença. Pela segunda semana seguida, caiu o percentual de resultados positivos dos testes de covid-19 realizados em UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
Hospitalizações de covid em queda
O estudo do Infotracker também aponta queda na ocupação de hospitais públicos e privados do estado —especialmente nos leitos de enfermaria, que atendem casos de menor complexidade.
Neste ano, o pico se deu no começo de fevereiro —no dia 2, por exemplo, a ocupação de UTI estava em 73,2% e, de enfermarias, em 67,3%.
Na última segunda, a plataforma indica que 62,25% dos leitos de UTI para pacientes com covid estavam ocupados. Nas enfermarias, o índice era de 51%.
O pico da taxa de internações, em 2021, foi no dia 8 de junho, quando as UTIs ficaram 83% ocupadas e as enfermarias, 67%, ainda segundo dados do Infotracker. Levantamentos feitos em São Paulo e no Rio de Janeiro apontam que a maioria dos internados não se vacinou completamente ou sequer tomou uma dose.
Embora número de novos casos e óbitos no estado estejam em patamares ainda elevados, a taxa de transmissão passou a arrefecer em grande parte do estado, trazendo a possibilidade de uma janela de trégua com a ômicron."
Wallace Casada, um dos coordenadores do Infotracker
Já os números de óbitos sinalizam estabilização —ainda não caíram. O pico em São Paulo foi registrado em 9 de fevereiro, quando foram anotadas 288 mortes. Esse número caiu e, entre a última sexta-feira (11) e segunda, manteve-se oscilando entre 273 e 272.
Momento é de cautela, diz especialista
A epidemiologista pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco Ana Maria de Brito diz que o cenário em São Paulo acompanha o que aconteceu em países da Europa, com um salto de infecções e uma redução nos indicadores meses depois. "Uma queda é esperada neste momento, e essa queda vai ser mais ou menos acelerada", afirma. Segundo Brito, o número não deve cair de forma homogênea no país por conta das diferenças nas coberturas vacinais de cada estado. Por isso, a cientista fala que o momento é de cautela.
"Ainda estamos vencendo uma explosão de casos por uma variante. O mundo não está vacinado. Até que nós consigamos deter a explosão de novas variantes, não só no mundo como no país, é que nós podemos começar a ter uma redução da transmissão desse vírus".
Para Brito, é possível voltar a conviver, mas ainda com protocolos sanitários necessários para impedir a transmissão do vírus, como uso de máscara, e testagem. "As vacinas não impedem que as pessoas sejam reinfectadas", afirma.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.