Dois casos da variante deltacron foram confirmados no país, diz Queiroga
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje que dois casos da variante deltacron do coronavírus foram identificados no Brasil, um no Amapá e outro no Pará.
A cepa, identificada por pesquisadores franceses, combina as variantes delta e ômicron. Os pesquisadores, contudo, não acreditam que isso seja motivo de preocupação.
Segundo o ministro, esses pacientes estão sendo monitorados. "Essa variante é de importância, que requer monitoramento", disse ele a jornalistas. "As medidas são as mesmas, e se tivesse que indicar uma medida, é a aplicação da dose de reforço".
Até ontem, 69.986.125 pessoas tomaram a dose adicional da vacina contra a covid-19, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Isso corresponde a 32,58% da população com 18 anos ou mais.
Imunidade
A perspectiva de uma cepa combinando duas das versões mais potentes do coronavírus até agora pode parecer assustadora, principalmente porque a delta era mais grave do que outras e a ômicron, altamente infecciosa.
Mas os cientistas enfatizam que agora há imunidade substancial na população humana contra ambas as variantes, então não há razão para pensar que isso representaria um risco maior.
Além disso, o caso identificado na França, na cidade de Soissons, foi rastreado em janeiro. Isso significa que já teria decolado se tivesse alguma vantagem —da maneira que a ômicron fez em novembro e dezembro.
Análise genética da deltacron
De acordo com a análise do código genético da "deltacron", sua "espinha dorsal" é derivada da variante delta, enquanto seu pico - a parte do vírus que se liga às células humanas - é da ômicron.
Os vírus recombinantes surgem quando um paciente é infectado com duas variantes ao mesmo tempo, e a combinação ocorre quando suas células se replicam juntas.
Autoridades de saúde do Reino Unido dizem que a variante não está ligada ao aumento de casos e internações hospitalares no país.
Maria van Kerkhove, líder técnica de covid da OMS (Organização Mundial da Saúde), declarou na semana passada que os recombinantes eram "esperados, especialmente com intensa circulação de ômicron e delta", e que sua equipe estava "rastreando e discutindo" a variante.
Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, também publicou nas redes sociais: "Sabemos que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes de SARS CoV 2. Precisamos esperar pelos experimentos para determinar as propriedades desse vírus. Importância do sequenciamento, análise e compartilhamento rápido de dados ao lidarmos com essa pandemia".
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