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Covid: Após 70 dias, média móvel de mortes no Brasil volta a registrar alta

Brasil já registrou mais de 663 mil mortes causadas pela covid-19  - Buda Mendes/Getty Images
Brasil já registrou mais de 663 mil mortes causadas pela covid-19 Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Mariana Durães, Hygino Vasconcellos e Ricardo Espina

Do UOL e Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC) e em São Paulo

29/04/2022 18h30Atualizada em 29/04/2022 20h48

A média de mortes por covid-19 no Brasil voltou a registrar alta após 70 dias. Hoje, o índice ficou em 124. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

O indicador ficou 20% maior na comparação com o de 14 dias atrás. Se o valor ficar acima de 15%, indica tendência de alta. Quando está abaixo de -15%, queda; entre 15% e -15%, significa estabilidade.

A média móvel é considerada por especialistas a maneira mais confiável para acompanhar o avanço ou o retrocesso da pandemia.

Durante 68 dias, a média móvel de mortes se manteve em queda, mas deixou esse patamar e registrou estabilidade na quarta (27) e na quinta-feira (28).

Apesar disso, nenhuma região do país acompanhou a tendência nacional de alta nos óbitos. Duas das cinco regiões registraram estabilidade nos óbitos: Centro-Oeste (13%) e Norte (8%). Já outras três tiveram queda: Nordeste (-16%), Sudeste (-20%) e Sul (-23%).

Por outro lado, na análise pormenorizada, 11 estados tiveram elevação na média de mortes. Seis estados registraram estabilidade e outros nove e o Distrito Federal tiveram queda nos registros.

Nas últimas 24 horas, foram registradas 195 mortes pela doença no país. Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não notificaram óbitos pela doença nesta sexta-feira (29).

Em Rondônia, o número foi negativo, com menos uma morte registrada no sistema. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, o município de Alto Alegre dos Parecis "retirou um óbito do sistema, pois tratava-se de duplicidade de registro". Desde o início da pandemia, foram 663.484 vidas perdidas em decorrência da covid-19 no Brasil.

Além disso, hoje foram 14.463 novos casos conhecidos da doença. Com isso, o país acumula 30.429.140 registros desde o início da pandemia.

A média móvel de casos ficou em 13.548 registros. Após 39 dias em queda, o indicador voltou a registrar estabilidade - hoje ficou em -9% na comparação com o de 14 dias atrás.

Três das cinco regiões do país acompanham esse cenário e outras duas têm queda. Já entre as unidades da federação, 12 registram queda, sete têm estabilidade e oito, aumento.

Veja a situação da média móvel de mortes por estado e no DF:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: queda (-95%)
  • Minas Gerais: estabilidade (-13%)
  • Rio de Janeiro: alta (158%)
  • São Paulo: alta (45%)

Região Norte

  • Acre: alta (300%)
  • Amazonas: queda (-50%)
  • Amapá: estabilidade (0%)
  • Pará: estabilidade (14%)
  • Rondônia: alta (200%)
  • Roraima: alta (300%)
  • Tocantins: estabilidade (0%)

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-73%)
  • Bahia: queda (-26%)
  • Ceará: estabilidade (14%)
  • Maranhão: alta (200%)
  • Paraíba: estabilidade (0%)
  • Pernambuco: queda (-44%)
  • Piauí: queda (-67%)
  • Rio Grande do Norte: alta (17%)
  • Sergipe: queda (-83%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estabilidade (-24%)
  • Goiás: alta (20%)
  • Mato Grosso: alta (60%)
  • Mato Grosso do Sul: alta (17%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-54%)
  • Rio Grande do Sul: queda (-18%)
  • Santa Catarina: alta (80%)

Dados do governo

Em boletim divulgado hoje (29), o Ministério da Saúde informou que foram notificadas 185 novas mortes causadas pela covid-19 no Brasil nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, a doença provocou 663.410 óbitos em todo o território nacional.

Pelos números da pasta, houve 14.122 diagnósticos positivos para o novo coronavírus no país entre ontem e hoje, elevando o total de infectados para 30.433.042 desde março de 2020.

De acordo com o governo federal, houve 29.507.557 casos recuperados da doença até agora, com outros 262.075 em acompanhamento.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.