Covid: Taxa de positividade dobra nos laboratórios no 1º semestre
A taxa de positividade de exames de covid-19 realizados em laboratórios privados mais do que dobrou nos seis primeiros meses de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado. A informação é da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), que representa 60% dos laboratórios de diagnóstico do Brasil.
Além dos testes laboratoriais, a rede pública de saúde, hospitais particulares e farmácias também realizam exames de diagnóstico da covid. Em janeiro, a Anvisa aprovou ainda a venda de autoteste no país.
Entre janeiro e junho deste ano, foram realizados 3,2 milhões de testes nos laboratórios privados ligados à Abramed. Desse total, 1,2 milhão foram positivos —cerca de 38% do total.
No primeiro semestre no ano passado, foram 7,2 milhões de exames, com 1,1 milhão de resultados positivos —ou seja, taxa de positividade de pouco mais que 15%.
"Ou seja, o total de casos positivos foi menor [em 2021] que neste ano, apesar de ter sido realizado o dobro de exames", diz em nota a Abramed ao lembrar que o Brasil passava pela segunda onda da pandemia no primeiro semestre do ano passado, com predomínio da variante delta.
Os dados de 2022 se referem à "terceira onda", diz a associação, "quando a predominância foi da variante ômicron".
Segundo Alex Galoro, médico patologista e coordenador do Comitê de Análises Clínicas da entidade, a variante delta provocou medo na população e procura maior por diagnóstico.
"Além disso, naquele período havia a exigência de exames para viagens, volta ao trabalho presencial e eventos culturais", diz. "As pessoas realizavam testes sem suspeita de terem a doença ou sem nenhum sintoma."
Já no primeiro semestre de 2022, a positividade maior mostra que os testes foram efetuados realmente por pessoas que já apresentavam sintomas."
Alex Galoro, médico
O patologista diz ainda que, com o tempo, as pessoas perderam o medo da doença e, com a chegada da vacina, passaram a fazer menos testes, já que os sintomas ficaram mais leves e persistem por tempo menor.
"Também temos visto um relaxamento em relação às medidas não farmacológicas, como uso de máscara, de álcool em gel e distanciamento social. As pessoas não fazem mais questão de saber se estão infectadas", diz.
Apesar da liberação da obrigatoriedade das máscaras em diversos locais, especialistas dizem que o equipamento previne a contaminação e é importante para prevenir a doença.
Na última semana de junho, a taxa de positividade geral foi de 42%, ante 44,6% na semana anterior. "Esse resultado já indica uma tendência de redução", acrescenta o médico.
Média de mortes em alta
Ontem (7), a média móvel de mortes causadas pela covid-19 no Brasil ficou em 237. Esse é o maior patamar desde 27 de março, quando marcou 238, segundo os dados coletados pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
O índice variou 26% em relação a 14 dias atrás, e segue em tendência de alta pelo 14º dia consecutivo. Se o valor fica acima de 15%, como ontem, indica alta; abaixo de -15%, significa queda, e entre 15% e -15% sinaliza estabilidade.
A média móvel é considerada por especialistas a maneira mais confiável de medir avanço ou retrocesso da pandemia, e é calculada a partir da média de mortes —ou de casos da doença— dos últimos sete dias.
Já a média móvel de casos ficou em 57.513. Após 11 dias em tendência de alta, ontem o indicador indicou estabilidade, ao variar 12% em relação a 14 dias atrás.
Entre as unidades da federação, 17 apresentam alta na média móvel de casos, 8 têm estabilidade e duas registram queda.
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