Dois policiais são gravemente feridos durante protesto em Ferguson (EUA)
Dois policiais foram feridos por tiros nesta quinta-feira (12) na cidade norte-americana de Ferguson (Missouri, EUA), durante um protesto contra o tratamento que os negros recebem da força de segurança, formada em sua maioria por agentes brancos.
Um dos oficiais foi atingido por um tiro no rosto e o outro no ombro quando a polícia tentava dispersar um protesto diante de uma delegacia da cidade, informou o chefe de polícia do condado de San Luis, Jon Belmar.
Belmar afirmou que os policiais, de 32 e 41 anos, estavam conscientes, mas em estado grave de saúde.
Pelo menos 60 pessoas caminharam até a delegacia, e alguns manifestantes bloquearam as ruas e avenidas, o que provocou o envio dos agentes até o local.
A cidade de Ferguson se tornou, nos últimos meses, o epicentro dos protestos contra o tratamento que os jovens negros recebem nos Estados Unidos por parte da polícia, majoritariamente branca.
Na quarta-feira (11), o chefe de polícia de Ferguson, Thomas Jackson, renunciou ao cargo após o Departamento de Justiça publicar um relatório severo sobre a morte, em 9 de agosto, de Michael Brown, um adolescente negro que estava desarmado e foi atingido por tiros de um policial branco, Darren Wilson.
A morte de Brown provocou protestos e um debate nacional sobre a persistência de condutas racistas na polícia dos Estados Unidos.
Wilson não foi indiciado pela morte.
O chefe de polícia Belmar disse que o protesto desta quinta-feira já estava praticamente dispersado quando foram disparados pelo menos três tiros.
"Os agentes estavam no local e foram atingidos só porque eram policiais", afirmou.
Uma testemunha, Markus Roehrer, afirmou à rede de TV "CNN" que o som dos tiros veio de uma certa distância atrás do pequeno grupo de manifestantes.
"Mas atribuir isto aos manifestantes seria totalmente injusto", disse Roehrer.
O Departamento de Justiça informou que não possui provas suficientes para abrir um processo contra Wilson por violações dos direitos civis federais, mas criticou a prefeitura, o departamento de polícia e a corte municipal por uma atuação com base em preconceitos raciais contra a maioria afro-americana.
A família de Michael Brown pretende apresentar uma ação contra Ferguson e Wilson.
Outros funcionários do governo de Ferguson pediram demissão, incluindo o juiz da corte municipal, dois comandantes de polícia veteranos - entre eles o supervisor de Wilson - e na quarta-feira o chefe de polícia da cidade.
O prefeito de Ferguson, James Knowles, prometeu um plano de reformas para esta localidade de 21.000 habitantes, onde dois em cada três residentes são afro-americanos.
Em um país no qual o espectro do racismo continua vivo, o presidente Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, admitiu na semana passada que o problema supera os limites de Ferguson.
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