Morte de jovem de Baltimore foi homicídio, diz procuradoria
A morte do jovem negro Freddie Gray enquanto estava sob custódia da polícia em Baltimore, nos EUA, foi um homicídio, proclamou nesta sexta-feira (1º) a procuradoria do Estado de Maryland.
Foram apresentadas acusações contra seis oficiais da polícia, entre elas de assassinato em segundo grau, homicídio culposo e agressão. A promotoria já emitiu ordens de prisão para os agentes.
Gray morreu em 19 de abril
Segundo a promotora Marilyn Mosby, a detenção do jovem de 25 anos foi ainda ilegal.
"Os resultados de nossa investigação independente, somados ao relatório do exame médico que determinou a morte do sr. Freddie Gray foi um homicídio, nos levam à conclusão de que temos causas prováveis para abrir processos criminais", declarou Mosby em coletiva de imprensa.
Mosby destacou que Gray não tinha cometido "nenhum crime" quando foi detido em um dos bairros mais pobres de Baltimore, no noroeste da cidade.
A investigação da Procuradoria determinou que Gray foi algemado nos punhos e tornozelos, colocado em um furgão policial sem cinto de segurança, jogado no chão e lhe foram negados os primeiros socorros, apesar de a vítima ter pedido atendimento médico.
A polícia rebateu que os seis policiais foram diligentes e não são responsáveis pela morte do rapaz, em 19 de abril, por causa de fraturas na coluna vertebral uma semana depois de ser preso.
O caso provocou intensos protestos em Baltimore e em diversas cidades nos EUA contra o racismo e a violência policial.
O governador de Maryland declarou toque de recolher e chamou a Guarda Nacional para controlar os distúrbios.
Em Nova York (leste), 143 pessoas foram detidas na noite de quarta-feira, durante a marcha convocada sob o lema "NYC se mobiliza e apoia Baltimore", segundo balanço da polícia.
A prefeita de Baltimore Stephanie Rawlings-Blake impôs um toque de recolher desde terça-feira, e afirmou que a necessidade de manter o toque será avaliada dia a dia.
Na segunda-feira, os distúrbios deixaram mais de 140 veículos incendiados, 20 policiais feridos, 250 suspeitos presos e centenas de lojas saqueadas na cidade.
Gray é a mais recente vítima afro-americana da violência policial após uma série de casos similares registrados nos Estados Unidos.
Em agosto de 2014, um policial branco atirou e matou um adolescente negro em San Luis, um subúrbio de Ferguson (Missouri, centro), o que provocou manifestações nas principais cidades dos Estados Unidos, de Los Angeles a Nova York, que se intensificaram depois que um grande júri se negou a indiciar a polícia. (Com agências internacionais)
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