Líderes da UE dão tempo para Cameron notificar Brexit
Bruxelas, 29 Jun 2016 (AFP) - Os líderes da União Europeia (UE) aceitaram nesta terça-feira (28), no primeiro dia de reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, precisará de tempo para iniciar o divórcio com o Bloco.
Advertiram, porém, que o tempo urge.
"Posso entender que David Cameron precise de tempo" para notificar o Brexit, mas "queremos que o artigo 50 [que rege o processo de ruptura com a UE] se ative o mais cedo possível. (...) Não temos meses para meditar, devemos agir", disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, após um jantar dos 28 chefes de Estado da UE para abordar o assunto do referendo britânico.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, explicou que os chefes de Estado e de Governo "compreenderam que é necessário um pouco de tempo para que volte a calma".
Os líderes da UE, da Comissão e do Parlamento europeu afirmaram há alguns dias que pressionariam Cameron para que ele ativasse a cláusula de saída dos tratados europeus, ou seja, que notificasse sua intenção de abandonar o Bloco.
Depois de apresentar sua renúncia no dia seguinte ao referendo, o primeiro-ministro britânico voltou a dizer que o encarregado de decidir sobre a notificação da saída será seu sucessor no governo britânico, que deve ser nomeado em 9 de setembro.
Ao final do jantar, Cameron revelou que não se arrepende de ter organizado o referendo que decidiu pela saída do Reino Unido do Bloco.
"É claro que lamento o resultado, mas não lamento ter organizado o referendo, era o que tinha de ser feito", disse.
No jantar consagrado ao Brexit, Cameron reafirmou seu desejo de que o Reino Unido e a UE tenham "uma relação econômica o mais próxima possível".
Durante o Conselho, Cameron pediu a seus pares que analisem uma reforma na liberdade de trânsito de pessoas no Bloco.
"A chave para nos mantermos próximos é, realmente, analisar uma reforma da liberdade de trânsito", insistiu.
O presidente francês, François Hollande, avaliou que quem "quer ficar [no Bloco] deve pagar o preço, inclusive com a liberdade de trânsito".
A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, já havia declarado que o Reino Unido não pode esperar manter privilégios do Bloco sem compartilhar as obrigações.
O mercado interno europeu se baseia em quatro princípios, que são a livre-circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. Londres se opõe, principalmente, ao livre-trânsito de indivíduos, um dos temas-chave da campanha do referendo.
Embora o Conselho Europeu tenha sido realizado em um clima de tensão com Cameron, Hollande afirmou que "em volta da mesa não havia nenhuma vontade de humilhar o dirigente britânico, porque isso significaria humilhar o povo britânico".
Segundo o presidente francês, Cameron estava "emocionado" na sua última reunião com seus pares europeus e "se sentia responsável" pela decisão "histórica".
A vitória do Brexit no referendo provocou uma crise de consequências desconhecidas, tanto no Reino Unido como na União Europeia. Os mercados financeiros receberam a notícia como um golpe, e as agências classificadoras de risco rebaixaram a nota de crédito do país.
bur-tjc/lr/db/tt
Advertiram, porém, que o tempo urge.
"Posso entender que David Cameron precise de tempo" para notificar o Brexit, mas "queremos que o artigo 50 [que rege o processo de ruptura com a UE] se ative o mais cedo possível. (...) Não temos meses para meditar, devemos agir", disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, após um jantar dos 28 chefes de Estado da UE para abordar o assunto do referendo britânico.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, explicou que os chefes de Estado e de Governo "compreenderam que é necessário um pouco de tempo para que volte a calma".
Os líderes da UE, da Comissão e do Parlamento europeu afirmaram há alguns dias que pressionariam Cameron para que ele ativasse a cláusula de saída dos tratados europeus, ou seja, que notificasse sua intenção de abandonar o Bloco.
Depois de apresentar sua renúncia no dia seguinte ao referendo, o primeiro-ministro britânico voltou a dizer que o encarregado de decidir sobre a notificação da saída será seu sucessor no governo britânico, que deve ser nomeado em 9 de setembro.
Ao final do jantar, Cameron revelou que não se arrepende de ter organizado o referendo que decidiu pela saída do Reino Unido do Bloco.
"É claro que lamento o resultado, mas não lamento ter organizado o referendo, era o que tinha de ser feito", disse.
No jantar consagrado ao Brexit, Cameron reafirmou seu desejo de que o Reino Unido e a UE tenham "uma relação econômica o mais próxima possível".
Durante o Conselho, Cameron pediu a seus pares que analisem uma reforma na liberdade de trânsito de pessoas no Bloco.
"A chave para nos mantermos próximos é, realmente, analisar uma reforma da liberdade de trânsito", insistiu.
O presidente francês, François Hollande, avaliou que quem "quer ficar [no Bloco] deve pagar o preço, inclusive com a liberdade de trânsito".
A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, já havia declarado que o Reino Unido não pode esperar manter privilégios do Bloco sem compartilhar as obrigações.
O mercado interno europeu se baseia em quatro princípios, que são a livre-circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. Londres se opõe, principalmente, ao livre-trânsito de indivíduos, um dos temas-chave da campanha do referendo.
Embora o Conselho Europeu tenha sido realizado em um clima de tensão com Cameron, Hollande afirmou que "em volta da mesa não havia nenhuma vontade de humilhar o dirigente britânico, porque isso significaria humilhar o povo britânico".
Segundo o presidente francês, Cameron estava "emocionado" na sua última reunião com seus pares europeus e "se sentia responsável" pela decisão "histórica".
A vitória do Brexit no referendo provocou uma crise de consequências desconhecidas, tanto no Reino Unido como na União Europeia. Os mercados financeiros receberam a notícia como um golpe, e as agências classificadoras de risco rebaixaram a nota de crédito do país.
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