Presidente da Comissão Europeia ironiza "tristes heróis" do Brexit
Estrasburgo, França, 5 Jul 2016 (AFP) - O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ironizou aqueles que chamou de "tristes heróis" do Brexit, que há poucos dias estavam "radiantes", em um discurso nesta terça-feira no Parlamento Europeu.
"Constato apenas que os radiantes heróis do Brexit de ontem são os tristes heróis de hoje", afirmou Juncker no plenário de Estrasburgo (leste da França).
"Os que provocaram o resultado na Grã-Bretanha deixam o palco um a um: Johnson, Farage e outros", completou, em uma alfinetada em Nigel Farage, que renunciou na segunda-feira à liderança do partido anti-UE e anti-imigração Ukip, e Boris Johnson, ex-prefeito de Londres que desistiu de disputar a sucessão do primeiro-ministro britânico David Cameron, que anunciou sua renúncia após a vitória do Brexit no referendo de 23 de junho.
"São, para falar de maneira correta, 'retro-nacionalistas' e não patriotas. Os patriotas não abandonam o barco quando a situação se torna difícil, eles ficam", disse.
Durante o mesmo debate, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que o bloco deseja conservar o Reino Unido como um "sócio próximo", mas reiterou que os britânicos terão que aceitar as regras de liberdade de circulação na UE caso desejem ter acesso ao mercado único.
"Esperamos ter o Reino Unido como um sócio próximo no futuro. Mas os líderes (da UE) deixaram claro que o acesso ao mercado único significa as quatro liberdades, incluindo a de circulação", disse.
"Não liquidaremos nossas liberdades e não existirá mercado único 'a la carte'", insistiu.
Ao mesmo tempo, o ministro austríaco das Finanças, Hans Jörg Schelling, afirmou que União Europeia terá 28 membros dentro de cinco anos e que é muito provável que os britânicos não deixem a UE.
"Dentro de cinco anos, continuaremos sendo 28 membros" na UE", afirmou Schelling ao jornal alemão Handelsblatt.
"Debatemos agora todas as opções: que os britânicos permaneçam na UE e não apresentem a demanda de saída ou um acordo de livre comércio baseado no modelo suíço ou norueguês", disse.
Também pode acontecer um "Brexit parcial, no qual apenas a Inglaterra sai da UE, mas Escócia e Irlanda continuam sendo membros", opinou o ministro austríaco.
Nesta terça-feira, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovivi, criticou a proposta do ministro britânico das Finanças, George Osborne, de reduzir o imposto sobre as empresas a menos de 15% para compensar os efeitos do Brexit.
"Não é uma boa iniciativa", disse Moscovici à rádio francesa Radio Classique.
"Não devemos cair na concorrência fiscal exacerbada entre nós, ou no dumping fiscal", completou.
"Isto significa uma perda de arrecadação absolutamente considerável para o Tesouro britânico no momento em que há déficits muito elevados na Grã-Bretanha", disse.
Osborne anunciou a ideia de reduzir drasticamente o imposto sobre as empresas para compensar o choque do Brexit, o que segundo ele requer uma "economia supercompetitiva".
bur-pa/fp
"Constato apenas que os radiantes heróis do Brexit de ontem são os tristes heróis de hoje", afirmou Juncker no plenário de Estrasburgo (leste da França).
"Os que provocaram o resultado na Grã-Bretanha deixam o palco um a um: Johnson, Farage e outros", completou, em uma alfinetada em Nigel Farage, que renunciou na segunda-feira à liderança do partido anti-UE e anti-imigração Ukip, e Boris Johnson, ex-prefeito de Londres que desistiu de disputar a sucessão do primeiro-ministro britânico David Cameron, que anunciou sua renúncia após a vitória do Brexit no referendo de 23 de junho.
"São, para falar de maneira correta, 'retro-nacionalistas' e não patriotas. Os patriotas não abandonam o barco quando a situação se torna difícil, eles ficam", disse.
Durante o mesmo debate, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que o bloco deseja conservar o Reino Unido como um "sócio próximo", mas reiterou que os britânicos terão que aceitar as regras de liberdade de circulação na UE caso desejem ter acesso ao mercado único.
"Esperamos ter o Reino Unido como um sócio próximo no futuro. Mas os líderes (da UE) deixaram claro que o acesso ao mercado único significa as quatro liberdades, incluindo a de circulação", disse.
"Não liquidaremos nossas liberdades e não existirá mercado único 'a la carte'", insistiu.
Ao mesmo tempo, o ministro austríaco das Finanças, Hans Jörg Schelling, afirmou que União Europeia terá 28 membros dentro de cinco anos e que é muito provável que os britânicos não deixem a UE.
"Dentro de cinco anos, continuaremos sendo 28 membros" na UE", afirmou Schelling ao jornal alemão Handelsblatt.
"Debatemos agora todas as opções: que os britânicos permaneçam na UE e não apresentem a demanda de saída ou um acordo de livre comércio baseado no modelo suíço ou norueguês", disse.
Também pode acontecer um "Brexit parcial, no qual apenas a Inglaterra sai da UE, mas Escócia e Irlanda continuam sendo membros", opinou o ministro austríaco.
Nesta terça-feira, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovivi, criticou a proposta do ministro britânico das Finanças, George Osborne, de reduzir o imposto sobre as empresas a menos de 15% para compensar os efeitos do Brexit.
"Não é uma boa iniciativa", disse Moscovici à rádio francesa Radio Classique.
"Não devemos cair na concorrência fiscal exacerbada entre nós, ou no dumping fiscal", completou.
"Isto significa uma perda de arrecadação absolutamente considerável para o Tesouro britânico no momento em que há déficits muito elevados na Grã-Bretanha", disse.
Osborne anunciou a ideia de reduzir drasticamente o imposto sobre as empresas para compensar o choque do Brexit, o que segundo ele requer uma "economia supercompetitiva".
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