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Guerra do Iraque foi ilegal, admite ex-número dois de Blair

Ex-premiê britânico Tony Blair, que se desculpou pelos erros cometidos no conflito - Stefan Rousseau/AFP
Ex-premiê britânico Tony Blair, que se desculpou pelos erros cometidos no conflito Imagem: Stefan Rousseau/AFP

Em Londres

09/07/2016 22h25

John Prescott, vice-primeiro-ministro do então chefe de governo britânico, Tony Blair, reconheceu que a guerra ao Iraque foi ilegal - em coluna publicada na edição deste domingo do "Sunday Mirror", dias depois da divulgação do Relatório Chilcot sobre a participação britânica nesse conflito.

"Viverei com a decisão de ir à guerra e com suas catastróficas consequências pelo resto da minha vida", escreveu Prescott, que em 2003 era número dois de Blair, quando este decidiu envolver a Grã-Bretanha na invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos.

"Em 2004, o secretário-geral da ONU Kofi Annan disse que, posto que o objetivo principal da guerra do Iraque era a mudança de governo, a guerra era ilegal", lembra Prescott, hoje um membro da Câmara dos Lordes.

"Com grande pena e raiva, hoje acredito que estava certo", reconheceu.

Depois da publicação do informe Chilcot, Blair se desculpou pelos erros cometidos no conflito. Ele insistiu, porém, em que ir à guerra era o correto a fazer e que o mundo é um lugar mais seguro sem o ditador Saddam Hussein.

Cerca de 150.000 iraquianos morreram nos seis anos que se seguiram à invasão de EUA e Reino Unido. Mergulhado no caos, o país se transformou em terreno fértil para o surgimento de grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI).

As tropas britânicas perderam 179 soldados.