Che, poncho, lenços e boinas: a moda guerrilheira das Farc na Colômbia
El Diamante, Colômbia, 26 Set 2016 (AFP) - A foto de 'Che' em camisetas, pulseiras e colares, ponchos coloridos que parecem lenços, boinas com broches de Lenin, com imagens do 'Tirofijo' e até da Minnie Mouse: a moda guerrilheira mostra suas tendências nessa semana na conferência das Farc na Colômbia.
O 'look' revolucionário domina as ruas de terra e acampamentos na selva da comunidade isolada de El Diamante, nos Llanos del Yarí, onde as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas) estão reunidas para assinar nessa segunda-feira o acordo de paz com o governo, e preparar suas transformação em movimento político legal.
Com a paz no horizonte após 52 anos de conflito, se vê não só rebeldes com o clássico uniforme verde oliva. Há também camisetas coloridas, bandanas camufladas combinadas com calças de uniforme militar, correntes douradas e colares artesanais, modernos enfeites nos cabelos e acessórios feitos à mão pelos próprios rebeldes.
"O guerrilheiro gosta muito de artesanato", diz 'Paula Sáenz', de 26 anos e 'piercing' na sobrancelha, detalhe que junto com as tatuagens começa a se popularizar na fileiras das Farc.
Os símbolos insurgentes estão marcados em bijuterias, gorros e outros acessórios. Aparecem a estrela, o martelo e a foice e, como não podia faltar, o onipresente Ernesto 'Che' Guevara, ícone da revolução cubana que inspirou as guerrilhas colombianas desde seu início, nos anos 1960.
Todos os rebeldes das Farc parecem ter uma camiseta do 'Che'. "A minha é preta com a estampa em branco", diz 'Wilder', de 19 anos e cinco nas Farc. Mas as possibilidades são infinitas, vermelhas, beges, com frases libertárias e a bandeira de Cuba de fundo.
O próprio líder máximo da guerrilha, Timoleón Jiménez, 'Timochenko', aparece em uma camiseta branca do 'Che' durante o show dos "Rebeldes do Sul", grupo musical popular entre os membros das Farc, que se apresentou no fim de semana na conferência.
- O "poncho-lenço" na moda - Nesses shows que fecharam diariamente os debates desfilaram como em uma passarela guerrilheiros e guerrilheiras com o acessório obrigatório: os 'poncho-lenços', um retângulo de tecido leve com abertura no meio, parecido com o típico poncho colombiano.
"Se nos vêem com ele sabem que somos guerrilheiros", diz 'Juan', de 35 anos, mostrando o seu branco e preto sobre uma camiseta com o símbolo da Nike.
"Servem para secar o suor e também para 'aparecer'", acrescenta. Ele usa uma boina com o emblema das Farc: um mapa da Colômbia com dois fuzis cruzados e um livro aberto, com a bandeira colombiana no fundo. "Agora pode ser que mude", diz, em alusão ao desarmamento previsto do grupo.
Os 'poncho-lenços' são muito usados entre os guerrilheiros, com referência à emblemática imagem do líder histórico Manuel Marulanda ('Tirofijo') com sua pequena toalha sobre os ombros, um gesto que quase todos os membros da cúpula das Farc copiaram na inauguração da conferência.
Nesse dia, todos usavam a camiseta branca com a logo da conferência: os rostos em azul-celeste de 'Tirofijo', Jacobo Arenas e Alfonso Cano, líderes históricos das Farc. O mesmo acessório foi entregue para os jornalistas como presente em uma bolsa de cor creme também com o logo.
A foto de 'Mono Jojoy', o famoso líder da zona de Caguán morto em 2010, se repete em chaveiros, pendentes e broches.
- Blusas brancas da paz - No que parece uma preparação para sua reinserção, durante esses dias nas tendas improvisadas de El Diamante, alguns guerrilheiros usavam calças, camisas e sapatos.
"Todo mundo está comprando roupa civil para depois", diz César Peña, um equatoriano de 35 anos que veio de San Vicente del Caguán, a cinco horas dali, por uma estrada precária.
Perto dali, no bar com bilhar onde os rebeldes e a população se encontram, 'Karla' de 29 anos, com seu longo cabelo preto e uniforme camuflado afirma: "Quem é guerrilheiro é ensinado que a roupa civil não é necessária. Com certeza agora é outra etapa e nos acostumaremos."
Os comandantes "nos pediram para usar blusas brancas pela paz, mas eu não tinha", se desculpa 'Mario', um guerrilheiro de 36 anos que no show do grupo de reggae Alerta Kamarada usava um lenço palestino de fundo verde oliva.
ad/lda/jb/cr/cc
NIKE
O 'look' revolucionário domina as ruas de terra e acampamentos na selva da comunidade isolada de El Diamante, nos Llanos del Yarí, onde as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas) estão reunidas para assinar nessa segunda-feira o acordo de paz com o governo, e preparar suas transformação em movimento político legal.
Com a paz no horizonte após 52 anos de conflito, se vê não só rebeldes com o clássico uniforme verde oliva. Há também camisetas coloridas, bandanas camufladas combinadas com calças de uniforme militar, correntes douradas e colares artesanais, modernos enfeites nos cabelos e acessórios feitos à mão pelos próprios rebeldes.
"O guerrilheiro gosta muito de artesanato", diz 'Paula Sáenz', de 26 anos e 'piercing' na sobrancelha, detalhe que junto com as tatuagens começa a se popularizar na fileiras das Farc.
Os símbolos insurgentes estão marcados em bijuterias, gorros e outros acessórios. Aparecem a estrela, o martelo e a foice e, como não podia faltar, o onipresente Ernesto 'Che' Guevara, ícone da revolução cubana que inspirou as guerrilhas colombianas desde seu início, nos anos 1960.
Todos os rebeldes das Farc parecem ter uma camiseta do 'Che'. "A minha é preta com a estampa em branco", diz 'Wilder', de 19 anos e cinco nas Farc. Mas as possibilidades são infinitas, vermelhas, beges, com frases libertárias e a bandeira de Cuba de fundo.
O próprio líder máximo da guerrilha, Timoleón Jiménez, 'Timochenko', aparece em uma camiseta branca do 'Che' durante o show dos "Rebeldes do Sul", grupo musical popular entre os membros das Farc, que se apresentou no fim de semana na conferência.
- O "poncho-lenço" na moda - Nesses shows que fecharam diariamente os debates desfilaram como em uma passarela guerrilheiros e guerrilheiras com o acessório obrigatório: os 'poncho-lenços', um retângulo de tecido leve com abertura no meio, parecido com o típico poncho colombiano.
"Se nos vêem com ele sabem que somos guerrilheiros", diz 'Juan', de 35 anos, mostrando o seu branco e preto sobre uma camiseta com o símbolo da Nike.
"Servem para secar o suor e também para 'aparecer'", acrescenta. Ele usa uma boina com o emblema das Farc: um mapa da Colômbia com dois fuzis cruzados e um livro aberto, com a bandeira colombiana no fundo. "Agora pode ser que mude", diz, em alusão ao desarmamento previsto do grupo.
Os 'poncho-lenços' são muito usados entre os guerrilheiros, com referência à emblemática imagem do líder histórico Manuel Marulanda ('Tirofijo') com sua pequena toalha sobre os ombros, um gesto que quase todos os membros da cúpula das Farc copiaram na inauguração da conferência.
Nesse dia, todos usavam a camiseta branca com a logo da conferência: os rostos em azul-celeste de 'Tirofijo', Jacobo Arenas e Alfonso Cano, líderes históricos das Farc. O mesmo acessório foi entregue para os jornalistas como presente em uma bolsa de cor creme também com o logo.
A foto de 'Mono Jojoy', o famoso líder da zona de Caguán morto em 2010, se repete em chaveiros, pendentes e broches.
- Blusas brancas da paz - No que parece uma preparação para sua reinserção, durante esses dias nas tendas improvisadas de El Diamante, alguns guerrilheiros usavam calças, camisas e sapatos.
"Todo mundo está comprando roupa civil para depois", diz César Peña, um equatoriano de 35 anos que veio de San Vicente del Caguán, a cinco horas dali, por uma estrada precária.
Perto dali, no bar com bilhar onde os rebeldes e a população se encontram, 'Karla' de 29 anos, com seu longo cabelo preto e uniforme camuflado afirma: "Quem é guerrilheiro é ensinado que a roupa civil não é necessária. Com certeza agora é outra etapa e nos acostumaremos."
Os comandantes "nos pediram para usar blusas brancas pela paz, mas eu não tinha", se desculpa 'Mario', um guerrilheiro de 36 anos que no show do grupo de reggae Alerta Kamarada usava um lenço palestino de fundo verde oliva.
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