Almoços em troca de favores estão com os dias contados na Coreia do Sul
Seul, 27 Set 2016 (AFP) - Roh Young-Hee cogita fechar seu restaurante chique de Seul porque ele deixará de ser rentável com a nova lei anti-subornos e anti-corrupção.
A partir de quarta-feira, os funcionários públicos, os professores do setor privado e os jornalistas não poderão aceitar uma refeição de mais de 30.000 wons (24 euros).
"O número de reservas já caiu porque os clientes têm medo de ser pegos", declara à AFP a dona do Poom Seul.
"No mundo há menus de todos os preços. Mas está claro que com 30.000 wons não é possível cozinhar um menu coreano decente", protesta.
A nova legislação tem por objetivo combater a corrupção na Coreia do Sul, onde é muito comum tentar corromper um professor para que aumente as notas de seu filho ou presentear jornalistas por uma publicidade. Os executivos também sabem como conseguir com que os funcionários públicos reduzam os prazos administrativos.
Diante disso, os profissionais da gastronomia tentam se adiantar às consequências.
"Ao invés de cozinhar carne bovina coreana, que é cara, usamos carne importada dos Estados Unidos em nosso novo menu noturno a 29.800 wons", explica Han Yoo-Joo, responsável pelo restaurante Condu.
- Três anos de prisão -A lei proíbe que jornalistas, funcionários públicos e professores recebam presentes de um valor superior a 50.000 wons, e limita a 100.000 wons os presentes em dinheiro por ocasião de casamentos e funerais.
Os que aceitarem presentes de mais de um milhão de wons podem ser condenados a três anos de prisão, ou a pagar uma multa de 30 milhões de wons.
As grandes lojas adaptaram o valor dos presentes e o preço do ingresso para jogar golfe desabou.
Até agora quase nunca este tipo de corrupção era reprimida, devido à dificuldade de demonstrar que os presentes foram dados em troca de um favor, e não por pura generosidade.
Em 2010, um empresário contou na televisão a jornalistas investigativos que costumava agradar 57 magistrados, convidando-os a restaurantes ou pagando prostitutas para eles.
Em 2011 foi realizada a investigação de uma magistrada acusada de ter recebido de um advogado um envelope com dinheiro, bolsas de marcas famosas e um carro luxuoso. Os dois casos foram arquivados por falta de provas.
- Recompensas -Muitas organizações comemoraram a nova lei anti-corrupção, e esperam que aumente a transparência.
"Muitos pensarão duas vezes antes de aceitar dinheiro ou um presente", prevê Lee Eun-Mi, responsável do Centro para a Vigilância da Administração na ONG Solidariedade Popular para a Democracia Participativa.
"A lei prevê que os lançadores de alerta receberão até 200 milhões de wons por recompensa, e isso pode ter um efeito dissuasivo para aqueles que ficam tentados a corromper", acrescenta.
Mas outros advertem para os efeitos nefastos da nova regra, como a Associação de Jornalistas da Coreia.
"Observaremos de perto se as autoridades tentam se aproveitar da lei aplicando-a de forma arbitrária para amordaçar os meios de comunicação e colocar obstáculos em sua capacidade para obter informação", informa a associação em um comunicado.
A partir de quarta-feira, os funcionários públicos, os professores do setor privado e os jornalistas não poderão aceitar uma refeição de mais de 30.000 wons (24 euros).
"O número de reservas já caiu porque os clientes têm medo de ser pegos", declara à AFP a dona do Poom Seul.
"No mundo há menus de todos os preços. Mas está claro que com 30.000 wons não é possível cozinhar um menu coreano decente", protesta.
A nova legislação tem por objetivo combater a corrupção na Coreia do Sul, onde é muito comum tentar corromper um professor para que aumente as notas de seu filho ou presentear jornalistas por uma publicidade. Os executivos também sabem como conseguir com que os funcionários públicos reduzam os prazos administrativos.
Diante disso, os profissionais da gastronomia tentam se adiantar às consequências.
"Ao invés de cozinhar carne bovina coreana, que é cara, usamos carne importada dos Estados Unidos em nosso novo menu noturno a 29.800 wons", explica Han Yoo-Joo, responsável pelo restaurante Condu.
- Três anos de prisão -A lei proíbe que jornalistas, funcionários públicos e professores recebam presentes de um valor superior a 50.000 wons, e limita a 100.000 wons os presentes em dinheiro por ocasião de casamentos e funerais.
Os que aceitarem presentes de mais de um milhão de wons podem ser condenados a três anos de prisão, ou a pagar uma multa de 30 milhões de wons.
As grandes lojas adaptaram o valor dos presentes e o preço do ingresso para jogar golfe desabou.
Até agora quase nunca este tipo de corrupção era reprimida, devido à dificuldade de demonstrar que os presentes foram dados em troca de um favor, e não por pura generosidade.
Em 2010, um empresário contou na televisão a jornalistas investigativos que costumava agradar 57 magistrados, convidando-os a restaurantes ou pagando prostitutas para eles.
Em 2011 foi realizada a investigação de uma magistrada acusada de ter recebido de um advogado um envelope com dinheiro, bolsas de marcas famosas e um carro luxuoso. Os dois casos foram arquivados por falta de provas.
- Recompensas -Muitas organizações comemoraram a nova lei anti-corrupção, e esperam que aumente a transparência.
"Muitos pensarão duas vezes antes de aceitar dinheiro ou um presente", prevê Lee Eun-Mi, responsável do Centro para a Vigilância da Administração na ONG Solidariedade Popular para a Democracia Participativa.
"A lei prevê que os lançadores de alerta receberão até 200 milhões de wons por recompensa, e isso pode ter um efeito dissuasivo para aqueles que ficam tentados a corromper", acrescenta.
Mas outros advertem para os efeitos nefastos da nova regra, como a Associação de Jornalistas da Coreia.
"Observaremos de perto se as autoridades tentam se aproveitar da lei aplicando-a de forma arbitrária para amordaçar os meios de comunicação e colocar obstáculos em sua capacidade para obter informação", informa a associação em um comunicado.
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