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Presidente filipino quer saída de militares americanos de seu país

26/10/2016 13h58

Tóquio, 26 Out 2016 (AFP) - O presidente filipino, Rodrigo Duterte, disse nesta quarta-feira que deseja que seu país seja libertado da presença dos militares americanos nos próximos dois anos, rompendo, se for necessário, com os acordos de Defesa com Washington.

"Quero, talvez nos próximos dois anos, que meu país seja libertado da presença de militares estrangeiros", declarou Duterte, referindo-se às forças americanas, durante um discurso em um fórum econômico realizado em Tóquio.

"Eu os quero fora e se tiver que revisar ou anular acordos, acordos executivos, vou fazer isso", acrescentou o presidente filipino, que desde que chegou à Presidência não para de fazer declarações anti-americanas.

Duterte desembarcou na terça-feira no Japão para uma visita de três dias, com o objetivo de fortalecer o comércio entre os dois países, que em 2015 alcançou 18 bilhões de dólares.

"Temos que preservar e reforçar nossos importantes vínculos econômicos com o Japão, primeiro sócio comercial das Filipinas", declarou Duterte no fórum econômico.

Atualmente, os Estados Unidos têm mobilizado um pequeno número de membros de suas Forças Especiais na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, como apoio a operações antiterroristas.

O presidente filipino já havia dito anteriormente que queria que as tropas americanas deixassem Mindanao porque sua presença gerava tensão na ilha, onde rebeldes islamitas atingem a região com um conflito que deixou milhares de mortos nas últimas décadas.

Em diversas ocasiões, Duterte criticou os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que, com suas declarações, se aproximava do governo chinês. No entanto, várias vezes o presidente precisou se retratar de seus comentários mordazes.

Questionado sobre estas afirmações, seu ministro das Relações Exteriores, Perfecto Yasay, disse que Duterte não disse que as tropas americanas seriam expulsas, acrescentando que "nossos interesses nacionais seguem convergindo".

O dirigente, de 71 anos, tem atacado Washington por criticar sua política de luta contra o crime nas Filipinas, onde 3.700 pessoas morreram nos últimos quatro meses.

Em declarações polêmicas feitas no início de setembro, Duterte também insultou o presidente americano, Barack Obama, chamando-o de "filho da puta".

Além disso, na semana passada, em uma viagem a Pequim, Duterte surpreendeu ao anunciar "a separação dos Estados Unidos" e uma aliança com a China.

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