Rebeldes perdem controle do nordeste de Aleppo frente avanço do governo
Alepo, Síria, 28 Nov 2016 (AFP) - O exército sírio retomou nesta segunda-feira o controle dos bairros do nordeste de Aleppo e avança para, o que parece, uma vitória total em uma das batalhas mais importantes e simbólicas da guerra civil na Síria.
Milhares de civis fugiam dos bombardeios e dos combates nas ruas, e procuravam refúgio em áreas mais seguras, após terem resistido durante quatro meses ao cerco imposto pelo governo.
"São os piores dias desde o início do cerco. A situação é catastrófica. Há um êxodo em massa e o ânimo está no chão", disse Ibrahim Abu Laith, porta-voz dos Capacetes Brancos, o serviço de socorristas na zona rebelde de Aleppo.
"Não há comida, nem água, nem abrigo, nem meios de transporte (...) As pessoas dormem na rua", acrescentou com a voz cansada.
Entre os que fugiram, milhares de habitantes se dirigiram para as zonas controladas pelo governo. Outras famílias se refugiaram em bairros que permanecem nas mãos dos rebeldes, onde os moradores deram cobertores para se protegerem do frio durante a noite.
Luta desigualAs tropas de Bashar al-Assad aproveitaram um maior poderio militar e a ajuda de seus aliados estrangeiros para reconquistar nesta segunda-feira o nordeste de Aleppo, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Ao perder um terço do leste de Aleppo, os rebeldes sofreram "sua maior derrota desde que se apoderaram da metade da cidade em 2012", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Eles desmontaram diversas ofensivas do governo no último ano, mas desta vez não conseguiram frear a ampla operação terrestre e aérea lançada em 15 de novembro pelo exército e pelos combatentes estrangeiros que os apoiam.
A tomada de Aleppo pelo governo seria "um ponto de inflexão" no conflito que assola o país há cinco anos e meio, já que este passaria a controlar as cinco principais cidades sírias, considera Fabrice Balanche, especialista em Síria do Washington Institute for Near East Policy.
Essa vitória enviaria, também, o sinal de que "a oposição é incapaz de obter um sucesso importante no âmbito militar" e de se apresentar como uma "alternativa" frente a Damasco, opina.
A perda do leste de Aleppo também seria uma derrota para os aliados da oposição, entre eles a Arábia Saudita, Catar e Turquia, assim como os países ocidentais. Reforçaria, entretanto, aqueles que apoiam o governo, em primeiro lugar a Rússia, que contribuiu muito para o retrocesso dos rebeldes desde o início de sua intervenção em setembro de 2015.
Nesta segunda-feira, a Organização das Nações Unidas afirmou estar "extremamente preocupada" com os civis presos no leste, que vivem "em condições horríveis", segundo declarou seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
"Pedimos encarecidamente a todos os combatentes que cessem seus bombardeios cegos, que protejam os civis e as infraestruturas civis, e que permitam a entrada de assistência humanitária urgente como exige o Direito Humanitário Internacional", acrescentou Dujarric.
Nesse sentido, o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, pediu nesta segunda-feira "um cessar-fogo imediato em Aleppo e o acesso de agentes humanitários imparciais para garantir a proteção de civis vulneráveis" em um comunicado.
Damasco qualificou nesta segunda-feira de "campanha falaciosa" as acusações dos "países ocidentais" sobre o suposto uso de armas químicas pelo governo durante a guerra.
Bairro por bairroQuase 10.000 civis fugiram durante o fim de semana, 6.000 para o território curdo de Sheikh Maqsud e os demais para zonas controladas pelo governo, informou o OSDH.
"É o primeiro êxodo deste tipo no leste de Aleppo em quatro anos", afirmou Rami Abdel Rahmane.
Os moradores sofrem com a falta de mantimentos e remédios em consequência do cerco imposto pelo governo, assim como pelos bombardeios incessantes de aviões sírios e russos, criticados pela ONU.
Os bombardeios do regime deixaram seis civis mortos nos bairros do leste, segundo Rami Abdel Rahman.
A ofensiva iniciada em 15 de novembro provocou a morte de 235 civis, incluindo 27 crianças, nos bairros do leste de Aleppo, segundo o OSDH.
Os bombardeios rebeldes contra os bairros controlados pelo governo mataram 27 civis.
O avanço das tropa do governo se intensificou no sábado com a captura do bairro de Massaken Hanano, o maior do leste de Aleppo.
Essa vitória permitiu ao exército avançar para os bairros de Sakhur, Haydariyah e Sheikh Khodr, conquistados nesta segunda-feira, e dividir a zona rebelde em duas, de acordo com a imprensa oficial síria.
kar-lar-sah/jri/gm-jvb/lmm/cb
Milhares de civis fugiam dos bombardeios e dos combates nas ruas, e procuravam refúgio em áreas mais seguras, após terem resistido durante quatro meses ao cerco imposto pelo governo.
"São os piores dias desde o início do cerco. A situação é catastrófica. Há um êxodo em massa e o ânimo está no chão", disse Ibrahim Abu Laith, porta-voz dos Capacetes Brancos, o serviço de socorristas na zona rebelde de Aleppo.
"Não há comida, nem água, nem abrigo, nem meios de transporte (...) As pessoas dormem na rua", acrescentou com a voz cansada.
Entre os que fugiram, milhares de habitantes se dirigiram para as zonas controladas pelo governo. Outras famílias se refugiaram em bairros que permanecem nas mãos dos rebeldes, onde os moradores deram cobertores para se protegerem do frio durante a noite.
Luta desigualAs tropas de Bashar al-Assad aproveitaram um maior poderio militar e a ajuda de seus aliados estrangeiros para reconquistar nesta segunda-feira o nordeste de Aleppo, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Ao perder um terço do leste de Aleppo, os rebeldes sofreram "sua maior derrota desde que se apoderaram da metade da cidade em 2012", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Eles desmontaram diversas ofensivas do governo no último ano, mas desta vez não conseguiram frear a ampla operação terrestre e aérea lançada em 15 de novembro pelo exército e pelos combatentes estrangeiros que os apoiam.
A tomada de Aleppo pelo governo seria "um ponto de inflexão" no conflito que assola o país há cinco anos e meio, já que este passaria a controlar as cinco principais cidades sírias, considera Fabrice Balanche, especialista em Síria do Washington Institute for Near East Policy.
Essa vitória enviaria, também, o sinal de que "a oposição é incapaz de obter um sucesso importante no âmbito militar" e de se apresentar como uma "alternativa" frente a Damasco, opina.
A perda do leste de Aleppo também seria uma derrota para os aliados da oposição, entre eles a Arábia Saudita, Catar e Turquia, assim como os países ocidentais. Reforçaria, entretanto, aqueles que apoiam o governo, em primeiro lugar a Rússia, que contribuiu muito para o retrocesso dos rebeldes desde o início de sua intervenção em setembro de 2015.
Nesta segunda-feira, a Organização das Nações Unidas afirmou estar "extremamente preocupada" com os civis presos no leste, que vivem "em condições horríveis", segundo declarou seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
"Pedimos encarecidamente a todos os combatentes que cessem seus bombardeios cegos, que protejam os civis e as infraestruturas civis, e que permitam a entrada de assistência humanitária urgente como exige o Direito Humanitário Internacional", acrescentou Dujarric.
Nesse sentido, o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, pediu nesta segunda-feira "um cessar-fogo imediato em Aleppo e o acesso de agentes humanitários imparciais para garantir a proteção de civis vulneráveis" em um comunicado.
Damasco qualificou nesta segunda-feira de "campanha falaciosa" as acusações dos "países ocidentais" sobre o suposto uso de armas químicas pelo governo durante a guerra.
Bairro por bairroQuase 10.000 civis fugiram durante o fim de semana, 6.000 para o território curdo de Sheikh Maqsud e os demais para zonas controladas pelo governo, informou o OSDH.
"É o primeiro êxodo deste tipo no leste de Aleppo em quatro anos", afirmou Rami Abdel Rahmane.
Os moradores sofrem com a falta de mantimentos e remédios em consequência do cerco imposto pelo governo, assim como pelos bombardeios incessantes de aviões sírios e russos, criticados pela ONU.
Os bombardeios do regime deixaram seis civis mortos nos bairros do leste, segundo Rami Abdel Rahman.
A ofensiva iniciada em 15 de novembro provocou a morte de 235 civis, incluindo 27 crianças, nos bairros do leste de Aleppo, segundo o OSDH.
Os bombardeios rebeldes contra os bairros controlados pelo governo mataram 27 civis.
O avanço das tropa do governo se intensificou no sábado com a captura do bairro de Massaken Hanano, o maior do leste de Aleppo.
Essa vitória permitiu ao exército avançar para os bairros de Sakhur, Haydariyah e Sheikh Khodr, conquistados nesta segunda-feira, e dividir a zona rebelde em duas, de acordo com a imprensa oficial síria.
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