Em mensagem de Natal, papa pede paz e fim da guerra síria e do terrorismo
O papa Francisco lançou um apelo neste domingo (25) pelo fim da guerra na Síria e uma "nova página na história" entre Israel e Palestina, durante sua mensagem de Natal "Urbi et Orbi" ("À cidade e ao mundo").
"É tempo de as armas se calarem definitivamente e da comunidade internacional se aplicar ativamente para alcançar uma solução negociada" na Síria, declarou na Praça São Pedro do Vaticano o chefe espiritual de 1,2 bilhão de católicos.
Neste país, onde o regime sírio apoiado pela Rússia acaba de recuperar o controle de Aleppo, "muito sangue foi derramado", ressaltou o pontífice a respeito do conflito que já dura cinco anos. "Sobretudo na cidade de Aleppo, palco nas últimas semanas de uma das batalhas mais atrozes, é mais do que nunca urgente que a ajuda e reconforto sejam garantidas à população civil, no fim de suas forças, em respeito ao direito humanitário".
A comunidade católica de Aleppo celebra neste domingo a primeira missa em cinco anos na Catedral Maronita de Santo Elias, na parte antiga da cidade. Um pequeno grupo de pessoas decidiu limpar o local e instalar um presépio. "Nós todos temos lembranças desta igreja, aqui celebramos nossas festas e alegrias. Queremos transformar os escombros em algo bonito", disse um dos membros desse grupo, Bachir Badaoui.
Diante de dezenas de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, o papa argentino, que acaba de completar 80 anos, disse esperar "a paz" na Terra Santa. "Que israelenses e palestinos tenham coragem e a determinação de escrever uma nova página da história, onde o ódio e a vingança deem lugar à vontade de construir juntos um futuro de compreensão recíproca e de harmonia", acrescentou.
Paz
O soberano pontífice também pediu uma "paz restaurada" no Iraque, Líbia e Iêmen, "onde as pessoas sofrem com a guerra e atos terroristas atrozes".
"Paz aos homens e mulheres de diferentes regiões da África, especialmente na Nigéria, onde o terrorismo fundamentalista também explora crianças para perpetrar a morte e horror", denunciou o pontífice argentino.
O papa também pediu "valentia" à "amada Venezuela", país mergulhado em uma profunda crise política, para acabar "com as tensões atuais". E na mesma mensagem, felicitou a Colômbia por "um novo e valente caminho de diálogo e reconciliação", em referência as negociações de paz com a guerrilha.
Finalmente, Francisco desejou "paz" para todos aqueles que "perderam um ente querido devido a atos terroristas", enquanto um atentado com caminhão fez 12 mortos em 19 de dezembro em um mercado de Natal em Berlim.
O autor do ataque, um tunisiano, foi morto pela polícia na sexta-feira em Milão, na Itália.
"A paz àqueles que perderam um ente querido devido a atos atrozes de terrorismo que semearam o medo e a morte no coração de tantos países e cidades", disse o papa.
Moradores e turistas em Berlim acendem velas e depositam flores no local do ataque. Em Milão, a polícia ocupa a praça que abriga um pequeno mercado de Natal, cujo acesso está sendo protegido por blocos de concreto desde o ataque de Berlim.
Na noite de sábado, em sua homilia da noite de Natal, o papa Francisco criticou o materialismo daqueles que festejam o Natal pensando apenas nos presentes e chamou a todos a ter compaixão pelas crianças abandonadas. Esta cerimônia, na Basílica de São Pedro, foi realizada em meio a fortes, mas discretas, medidas de segurança.
Em Belém, lugar onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus Cristo, cerca de 2.500 fiéis palestinos e estrangeiros lotaram a Basílica da Natividade para a missa do Galo à meia-noite.
O presidente Mahmud Abbas e outros dignitários palestinos estavam presentes.
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