Exército chinês exibe seu poder às vésperas da posse de Trump
Pequim, 26 dez 2016 (AFP) - Com um porta-aviões no Pacífico e um avião de combate novinho em folha, o Exército chinês exibe sua musculatura a menos de um mês da posse do americano Donald Trump, o qual reavivou as tensões com Pequim nas últimas semanas.
No espaço de alguns dias, a imprensa oficial chinesa anunciou que o único porta-aviões do país, o "Liaoning", vai-se dirigir para o Pacífico pela primeira vez. Informou ainda que um novo caça, um FC-31, fez seu primeiro teste de voo.
Essas demonstrações de força acontecem em um contexto de tensões com o próximo inquilino da Casa Branca. Várias vezes, desde que foi eleito presidente dos Estados Unidos em novembro, Trump criticou o governo chinês.
O republicano pôs em xeque uma política de quatro décadas nas relações com a China, depois de sua conversa por telefone com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen. Pequim proíbe qualquer contato oficial entre seus sócios estrangeiros e os dirigentes dessa Ilha, cuja soberania reivindica.
O magnata acirrou os ânimos, ao mencionar uma possível aproximação entre Estados Unidos e Taiwan, ainda que Pequim nunca tenha renunciado à possibilidade de recorrer à força para restabelecer sua soberania sobre a ilha. Esse pequeno território está politicamente separado do restante da China desde 1949, após a vitória dos comunistas na guerra civil.
Nesse sentido, os exercícios realizados pelo "Liaoning", um porta-aviões comprado da Rússia, não passam despercebidos - em especial quando é a primeira vez que a embarcação se dirige para o Pacífico desde que entrou em operação em 2012.
Segundo o Ministério taiwanês da Defesa, o porta-aviões e sua escolta se encontram no mar da China Meridional, depois de ter navegado pelo sul do Japão.
Antes dessas manobras, o "Liaoning" fez exercícios "de abastecimento e de combate aéreo", segundo a agência de notícias Xinhua.
Em meados de dezembro, a Marinha chinesa anunciou que o porta-aviões havia realizado seus primeiros exercícios com fogo real com o lançamento de mísseis.
'Ferramenta de poder'Pequim alega que se trata de treinos de rotina e que estavam previstos há muito tempo. Já a imprensa local celebra que o "Liaoning" esteja pronto para o combate e que a China esteja construindo outro porta-aviões.
"Os porta-aviões são ferramentas estratégicas que servem para mostrar o poder da China ao resto do mundo", escreve o jornal nacionalista Global Times, que sonha com o dia em que um porta-aviões chinês navegará frente à costa americana.
"Se a frota puder navegar em zonas onde os Estados Unidos têm interesses vitais, isso mudará a situação em que os Estados Unidos poderão pressionar a China de forma unilateral", afirma esse jornal ligado ao governo comunista.
Ainda segundo esse veículo, Pequim deve acelerar a construção de outros porta-aviões e "traçar imediatamente a instalação de bases de abastecimento na América do Sul", opina.
Além da Marinha, a China também moderniza sua Força Aérea.
Nesta segunda-feira, o jornal China Daily anunciou que o país acaba de testar um novo protótipo de avião de combate invisível, uma versão melhorada do FC-31 Gyrfalcon. O aparelho pode transportar oito toneladas de armas, incluindo seis mísseis no porão e outros seis nas asas.
O desenvolvimento armamentista chinês ainda não impressiona Washington, que dispõe de uma dezena de porta-aviões em serviço e de uma rede de bases navais espalhadas pelo mundo, lembrou o analista David Kelly, do "think tank" China Policy, com sede em Pequim.
Para a China, que não tem bases em outros continentes, um porta-aviões é, sobretudo, um gesto "simbólico e de consumo interno", observa o pesquisador.
"Isso tem importância apenas estratégica (...) mas lembra aos Estados Unidos que a China tem uma ferramenta de pressão na região", completou.
No espaço de alguns dias, a imprensa oficial chinesa anunciou que o único porta-aviões do país, o "Liaoning", vai-se dirigir para o Pacífico pela primeira vez. Informou ainda que um novo caça, um FC-31, fez seu primeiro teste de voo.
Essas demonstrações de força acontecem em um contexto de tensões com o próximo inquilino da Casa Branca. Várias vezes, desde que foi eleito presidente dos Estados Unidos em novembro, Trump criticou o governo chinês.
O republicano pôs em xeque uma política de quatro décadas nas relações com a China, depois de sua conversa por telefone com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen. Pequim proíbe qualquer contato oficial entre seus sócios estrangeiros e os dirigentes dessa Ilha, cuja soberania reivindica.
O magnata acirrou os ânimos, ao mencionar uma possível aproximação entre Estados Unidos e Taiwan, ainda que Pequim nunca tenha renunciado à possibilidade de recorrer à força para restabelecer sua soberania sobre a ilha. Esse pequeno território está politicamente separado do restante da China desde 1949, após a vitória dos comunistas na guerra civil.
Nesse sentido, os exercícios realizados pelo "Liaoning", um porta-aviões comprado da Rússia, não passam despercebidos - em especial quando é a primeira vez que a embarcação se dirige para o Pacífico desde que entrou em operação em 2012.
Segundo o Ministério taiwanês da Defesa, o porta-aviões e sua escolta se encontram no mar da China Meridional, depois de ter navegado pelo sul do Japão.
Antes dessas manobras, o "Liaoning" fez exercícios "de abastecimento e de combate aéreo", segundo a agência de notícias Xinhua.
Em meados de dezembro, a Marinha chinesa anunciou que o porta-aviões havia realizado seus primeiros exercícios com fogo real com o lançamento de mísseis.
'Ferramenta de poder'Pequim alega que se trata de treinos de rotina e que estavam previstos há muito tempo. Já a imprensa local celebra que o "Liaoning" esteja pronto para o combate e que a China esteja construindo outro porta-aviões.
"Os porta-aviões são ferramentas estratégicas que servem para mostrar o poder da China ao resto do mundo", escreve o jornal nacionalista Global Times, que sonha com o dia em que um porta-aviões chinês navegará frente à costa americana.
"Se a frota puder navegar em zonas onde os Estados Unidos têm interesses vitais, isso mudará a situação em que os Estados Unidos poderão pressionar a China de forma unilateral", afirma esse jornal ligado ao governo comunista.
Ainda segundo esse veículo, Pequim deve acelerar a construção de outros porta-aviões e "traçar imediatamente a instalação de bases de abastecimento na América do Sul", opina.
Além da Marinha, a China também moderniza sua Força Aérea.
Nesta segunda-feira, o jornal China Daily anunciou que o país acaba de testar um novo protótipo de avião de combate invisível, uma versão melhorada do FC-31 Gyrfalcon. O aparelho pode transportar oito toneladas de armas, incluindo seis mísseis no porão e outros seis nas asas.
O desenvolvimento armamentista chinês ainda não impressiona Washington, que dispõe de uma dezena de porta-aviões em serviço e de uma rede de bases navais espalhadas pelo mundo, lembrou o analista David Kelly, do "think tank" China Policy, com sede em Pequim.
Para a China, que não tem bases em outros continentes, um porta-aviões é, sobretudo, um gesto "simbólico e de consumo interno", observa o pesquisador.
"Isso tem importância apenas estratégica (...) mas lembra aos Estados Unidos que a China tem uma ferramenta de pressão na região", completou.
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