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Austrália recebe 2017 em um mundo sob o medo de atentados

31/12/2016 16h49

Sydney, 31 dez 2016 (AFP) - A Austrália recebeu 2017 com fogos de artifício espetaculares em Sydney, com a presença de 1,5 milhão de pessoas, enquanto o resto do mundo se prepara para uma noite de Ano Novo com medidas de segurança reforçadas.

Estas medidas, onipresentes na grande maioria das cidades do mundo inteiro após um ano repleto de atentados, não puderam, no entanto, impedir um novo ataque em Bagdá.

Ao menos 27 pessoas morreram em um duplo atentado suicida em um mercado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

De Istambul a Paris, passando por Orlando, Bruxelas ou Ouagadougou, a lista de cidades atingidas por ataques terroristas foi muito longa em 2016.

No entanto, milhões de pessoas sairão sucessivamente às ruas de Oceania, Ásia, Oriente Médio, África, Europa e América para comemorar a chegada de um ano repleto de incertezas políticas e geopolíticas.

Em Sydney, o show de fogos de artifício à meia-noite local (11h00 de sábado, horário de Brasília) prestou homenagem a grandes astros do espetáculo que morreram em 2016, como o britânico David Bowie e o americano Prince.

Um total de 2.000 policiais extras foram mobilizados após a prisão de um homem por "ameaças vinculadas ao Ano Novo". Há uma semana, o governo já havia afirmado ter frustrado um "complô terrorista" para o dia de Natal em Melbourne.

A Indonésia também disse ter frustrado um projeto de atentado de um grupo ligado ao EI no Natal em Jacarta e dezenas de pessoas morreram nas Filipinas nos últimos dias em ataques atribuídos a extremistas.

Israel, por sua vez, divulgou na sexta-feira uma advertência sobre os riscos "imediatos" de atentados contra turistas, em particular israelenses na Índia.

O Japão entrou em 2017 com milhares de pessoas nas ruas de Tóquio, soltando balões para celebrar a chegada do Ano Novo.

Na Coreia do Sul, mais de meio milhão de pessoas voltaram a protestar em Seul poucas horas antes da virada do ano para exigir a detenção e a destituição da presidente Park Geun-hye, envolvida em um escândalo de corrupção.

- Paris volta a ser uma festa -As autoridades temiam, em especial, a possibilidade de ataques com veículos contra multidões durante as festas de Ano Novo. Este foi o caso em Nice (86 mortos em 14 de julho) e Berlim (12 mortos em 19 de dezembro), onde os criminosos utilizaram caminhões.

Em Nova York, 165 veículos "bloqueadores" - como caminhões de lixo - serão colocados em "locais estratégicos" e, principalmente, nas imediações da Times Square, onde se espera que mais de um milhão de pessoas acompanhem a tradicional descida da bola que anuncia a mudança de ano.

Em Berlim, as autoridades instalaram blocos de concreto e veículos blindados nas artérias que conduzem ao Portão de Brandemburgo. Em Colônia, o número de agentes foi multiplicado por 10 para evitar que se repita a onda de ataques sexuais cometidos por migrantes registrados no ano passado e que provocaram uma onda de indignação na cidade.

Os dispositivos de segurança também foram reforçados em Roma, especialmente em torno da Basílica de São Pedro, onde o papa Francisco falou no tradicional Te Deum dedicado à juventude, com a qual a sociedade, segundo o pontífice, tem uma "dívida".

Depois de uma véspera de Ano Novo sombria em 2015 após os atentados de 13 de novembro, Paris volta a ser uma festa. Meio milhão de pessoas devem se reunir na Champs Élysées. Mas a segurança será enorme, com quase 100.000 policiais, gendarmes e militares mobilizados em toda a França.

Em Madri, a Puerta del Sol já espera os 25.000 privilegiados que receberão o novo ano comendo uvas no compasso das doze badaladas da meia-noite, protegidos por cerca de 800 agentes das forças de segurança.

Em Moscou, o acesso à Praça Vermelha estava restrito, pelo segundo ano consecutivo, a apenas 6.000 convidados.

O presidente russo, Vladimir Putin, considerou em sua mensagem de fim de ano que 2016 foi um ano difícil, mas convocou os russos a acreditarem em seu país e a permanecerem unidos.

A Rússia ressurgiu como um poderoso ator internacional em 2016, sobretudo com a intensificação de sua presença militar na Síria.

- Mais um segundo -A América será o último continente a dar as boas-vindas a um ano novo que se anuncia cheio de incertezas, a começar pela chegada de Donald Trump à Casa Branca - uma surpresa que ninguém imaginava no início de 2016.

O presidente eleito dos Estados Unidos enviou neste sábado uma saudação de Ano Novo a seus "muitos inimigos" em um tuíte irônico, no qual lembrou de seus desafetos políticos.

"Feliz Ano Novo a todos, inclusive a meus muitos inimigos e àqueles que lutaram e perderam tão mal que não sabem o que fazer. Amor!", escreveu Trump.

No Rio de Janeiro, estima-se que mais de dois milhões de pessoas lotem a praia de Copacabana para assistir à tradicional queima de fogos - um espetáculo reduzido de 16 para 12 minutos devido à crise e à falta de financiamento em uma cidade que tenta se recuperar do custo exorbitante da Copa do Mundo futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, este ano.

Mas antes de entrar no novo ano, os cidadãos de todo o mundo terão mais um segundo para aproveitar esta noite especial.

O minuto que vai das 23h59 às 00h00 durará um segundo a mais, 61, devido à inclusão de um "segundo intercalar" que permitirá sincronizar o tempo astronômico da rotação da Terra com a escala de tempo atômica, muito mais precisa.

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