Alcance das confissões da Odebrecht é desconhecido, afirma Sérgio Moro
Lima, 23 Fev 2017 (AFP) - O juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato no Brasil, afirmou na quarta-feira que as consequências globais das confissões da empreiteira Odebrecht, que admitiu pagamentos de subornos em troca da concessão de contratos para obras públicas na América Latina, ainda são desconhecidas.
Moro, que participa em Lima de um seminário sobre corrupção e estado de direito, fez referência aos acordos de delação premiada com a justiça que foram assinados pelas empreiteiras brasileiras envolvidas no pagamento de propina a funcionários públicos e políticos no continente.
"Existe hoje, como todos sabem, um acordo celebrado por uma destas grandes empresas, e que tem repercussões fora da fronteira do Brasil. Supostamente esta empresa teria pago suborno em outros países (...) Não sabemos ainda as consequências destes comportamentos", disse Moro.
Em acordos assinados com a justiça dos Estados Unidos, Suíça e Brasil, a Odebrecht admitiu que pagou subornos milionários em vários países da América Latina.
No Peru, onde a empresa também assinou um acordo, a Odebrecht reconheceu o pagamento de 29 milhões de dólares em propinas por obras entre 2005-2014.
O escândalo envolve o ex-presidente peruano Alejandro Toledo, procurado pela justiça por supostamente ter recebido 20 milhões de dólares em troca de um contrato para a construção de uma rodovia. Três ex-funcionários do governo do ex-presidente Alan García, incluindo um ex-vice-ministro, foram detidos.
Para Moro, o comportamento das empresas que admitiram ter cometido delitos "deve ser estimulado". Ele pediu que estas não sejam punidas de modo mais severo que aquelas que não fecharam acordos porque isto pode desestimular a colaboração.
O tema preocupa as empresas brasileiras envolvidas com a corrupção no Peru. No caso da Odebrecht, o governo peruano solicitou a venda de todos os ativos e que a empreiteira deixe o país.
O juiz Sérgio Moro recomendou o combate à corrupção sistêmica, porque esta permite que funcionários públicos endossem o superfaturamento de obras, cujos prejuízos nunca serão remediados.
Como exemplo, ele citou a construção da refinaria da Petrobras de Abreu e Lima, "que começou com o custo de 3,5 bilhões de dólares e terminou em 18 bilhões, valor que não será recuperado em toda sua vida útil".
"A corrupção sistêmica afasta investidores, que podem preferir não entrar em um país com corrupção e não competir ali para não envolver-se em crimes", concluiu.
Moro, que participa em Lima de um seminário sobre corrupção e estado de direito, fez referência aos acordos de delação premiada com a justiça que foram assinados pelas empreiteiras brasileiras envolvidas no pagamento de propina a funcionários públicos e políticos no continente.
"Existe hoje, como todos sabem, um acordo celebrado por uma destas grandes empresas, e que tem repercussões fora da fronteira do Brasil. Supostamente esta empresa teria pago suborno em outros países (...) Não sabemos ainda as consequências destes comportamentos", disse Moro.
Em acordos assinados com a justiça dos Estados Unidos, Suíça e Brasil, a Odebrecht admitiu que pagou subornos milionários em vários países da América Latina.
No Peru, onde a empresa também assinou um acordo, a Odebrecht reconheceu o pagamento de 29 milhões de dólares em propinas por obras entre 2005-2014.
O escândalo envolve o ex-presidente peruano Alejandro Toledo, procurado pela justiça por supostamente ter recebido 20 milhões de dólares em troca de um contrato para a construção de uma rodovia. Três ex-funcionários do governo do ex-presidente Alan García, incluindo um ex-vice-ministro, foram detidos.
Para Moro, o comportamento das empresas que admitiram ter cometido delitos "deve ser estimulado". Ele pediu que estas não sejam punidas de modo mais severo que aquelas que não fecharam acordos porque isto pode desestimular a colaboração.
O tema preocupa as empresas brasileiras envolvidas com a corrupção no Peru. No caso da Odebrecht, o governo peruano solicitou a venda de todos os ativos e que a empreiteira deixe o país.
O juiz Sérgio Moro recomendou o combate à corrupção sistêmica, porque esta permite que funcionários públicos endossem o superfaturamento de obras, cujos prejuízos nunca serão remediados.
Como exemplo, ele citou a construção da refinaria da Petrobras de Abreu e Lima, "que começou com o custo de 3,5 bilhões de dólares e terminou em 18 bilhões, valor que não será recuperado em toda sua vida útil".
"A corrupção sistêmica afasta investidores, que podem preferir não entrar em um país com corrupção e não competir ali para não envolver-se em crimes", concluiu.
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