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Secretário de segurança dos EUA descarta deportação em massa, mas insiste em muro

John Kelly, durante conferência de imprensa em sua visita de dois dias à Guatemala - Johan Ordonez/AFP Photo
John Kelly, durante conferência de imprensa em sua visita de dois dias à Guatemala Imagem: Johan Ordonez/AFP Photo

Cidade da Guatemala

23/02/2017 01h12

O secretário americano de Segurança Interna, John Kelly, descartou - em declarações na Guatemala nesta quarta-feira (22) - que vá haver deportações em massa de imigrantes em situação ilegal, mas confirmou a construção de um muro para reforçar a vigilância na fronteira com o México.

"Não estamos fazendo deportações em massa, mas temos leis que temos de respeitar. Então, vamos nos concentrar primeiro naqueles que cometeram crimes nos Estados Unidos para expulsá-los", afirmou Kelly, em entrevista coletiva antes de seguir para o México.

Kelly visitou a Guatemala um dia depois de sua pasta publicar duas circulares internas que reforçam a captura e a deportação de imigrantes em situação clandestina.

Ele explicou que inclui um processo legal mais ágil, quando se entra em contato com um imigrante nessa situação, o qual será devolvido "para seu país de uma forma mais rápida do que se fez em uma década".

O secretário afirmou ainda que a diretiva do presidente Donald Trump dá a seu departamento mais recursos para reforçar a fronteira com o México.

"Isso significa mais oficiais para o controle da fronteira, mais recursos para detenções na fronteira e também a construção de uma barreira física" na fronteira, acrescentou.

"O presidente Trump me ordenou que restabeleça o controle na fronteira. Então, vamos construir uma barreira física, vamos realizar patrulhas não militares, mas com homens e mulheres que estão no âmbito da aplicação da lei e de metodologias tecnológicas", completou.

Kelly criticou os traficantes de imigrantes clandestinos - os chamados "coiotes".

"São mentirosos. A vida humana não lhes interessa. Simplesmente são predadores que buscam tirar o dinheiro das pessoas", apontou.

"Muitas vítimas sofrem torturas, estupro e outras vergonhas. O terreno é brutal, perigoso e não perdoa. Muitos homens, mulheres e crianças perderam a vida ao tentar cruzar esse trajeto para os Estados Unidos", lamentou.

Durante sua visita, ele se reuniu com o presidente Jimmy Morales e com os ministros do Interior, Francisco Rivas, e das Relações Exteriores, Carlos Morales.

Esta é a primeira visita de um funcionário americano de alto escalão à América Central desde que Trump assumiu a Presidência em 20 de janeiro passado.

Depois da Guatemala, Kelly segue para o México, onde fará uma visita ao lado do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que já está lá.