Centenas de iraquianos fogem de Mossul para escapar de combates
Mossul, Iraque, 28 Fev 2017 (AFP) - Centenas de civis fugiram nesta terça-feira, pelo deserto, para tentar escapar dos combates em Mossul entre as forças iraquianas e o grupo extremista Estado Islâmico (EI), depois que milhares de pessoas abandonaram a segunda maior cidade do país.
As tropas iraquianas conquistaram no fim de janeiro a parte leste de Mossul, três meses depois do início de uma ampla ofensiva para reconquistar o último reduto do EI no Iraque.
Em 19 de fevereiro, as tropas do governo iniciaram uma nova fase para reconquistar a zona oeste de Mossul, onde o EI está mais implantado. Desde então, as tropas avançaram de forma relativamente rápida, com a tomada do aeroporto, de uma base anexa e de três bairros no sul e oeste, de acordo com o exército.
Mas ainda precisam reconquistar a zona oeste de Mossul, o que provoca o temor de combates violentos e de que os civis se vejam presos no meio dos beligerantes.
"Saímos às cinco da manhã. No início nós corremos, por causa do medo dos tiros do EI", conta Baidaa, uma jovem de 18 anos, com a filha no colo.
Ao chegar à zona controlada pelo exército, a jovem relatou o inferno vivido nos bairros do oeste de Mossul.
"Os jihadistas criaram uma armadilha e não queriam a nossa saída", afirmou a mulher, muito cansada após várias horas de caminhada.
Fawzia Mohammed, jovem mãe de 16 anos que também fugiu do oeste de Mossul, declarou que "os últimos dias foram terríveis".
"Estávamos presos dentro de casa por causa dos combates e não tínhamos comida", disse.
Fawzia e Baidaa foram testemunhas da crueldade do EI.
"As mulheres devem permanecer totalmente cobertas e não podem sair às ruas sem companhia. As normas são muito duras", explica Baidaa
- Verificação de identidades -"Desde o início da manhã registramos 300 iraquianos - mulheres, homens e crianças - que fugiram das zonas de combate em Mossul", disse à AFP o general Salman Hachem, das Forças de Elite de Contraterrorismo (CTS).
"Estão chegando mais. São parados em um posto de controle, revistamos os homens e verificamos a identidade em uma base de dados para garantir que não são membros do EI", afirmou.
Durante a verificação, as forças iraquianas distribuem água e comida às mulheres e crianças, que aguardam em lonas colocadas no chão.
Ao menos 16.000 pessoas já teriam abandonado a segunda maior cidade iraquiana desde o início da ofensiva para reconquistar os bairros da zona oeste.
Quase 2.000 jihadistas permanecem no oeste de Mossul, de acordo com estimativas americanas. Os combatentes podem provocar importantes perdas com suas táticas de guerrilha, como os atentados suicidas ou o uso de artefatos explosivos
A ONU e várias ONGs estão preocupadas com o destino dos 750.000 civis retidos na zona oeste da cidade, que carecem de praticamente tudo.
O EI chegou a controlar um terço do Iraque, mas nos últimos dois anos perdeu grande parte do território com as múltiplas ofensivas, respaldadas pela aviação e os conselheiros da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
sah-sf/fp
As tropas iraquianas conquistaram no fim de janeiro a parte leste de Mossul, três meses depois do início de uma ampla ofensiva para reconquistar o último reduto do EI no Iraque.
Em 19 de fevereiro, as tropas do governo iniciaram uma nova fase para reconquistar a zona oeste de Mossul, onde o EI está mais implantado. Desde então, as tropas avançaram de forma relativamente rápida, com a tomada do aeroporto, de uma base anexa e de três bairros no sul e oeste, de acordo com o exército.
Mas ainda precisam reconquistar a zona oeste de Mossul, o que provoca o temor de combates violentos e de que os civis se vejam presos no meio dos beligerantes.
"Saímos às cinco da manhã. No início nós corremos, por causa do medo dos tiros do EI", conta Baidaa, uma jovem de 18 anos, com a filha no colo.
Ao chegar à zona controlada pelo exército, a jovem relatou o inferno vivido nos bairros do oeste de Mossul.
"Os jihadistas criaram uma armadilha e não queriam a nossa saída", afirmou a mulher, muito cansada após várias horas de caminhada.
Fawzia Mohammed, jovem mãe de 16 anos que também fugiu do oeste de Mossul, declarou que "os últimos dias foram terríveis".
"Estávamos presos dentro de casa por causa dos combates e não tínhamos comida", disse.
Fawzia e Baidaa foram testemunhas da crueldade do EI.
"As mulheres devem permanecer totalmente cobertas e não podem sair às ruas sem companhia. As normas são muito duras", explica Baidaa
- Verificação de identidades -"Desde o início da manhã registramos 300 iraquianos - mulheres, homens e crianças - que fugiram das zonas de combate em Mossul", disse à AFP o general Salman Hachem, das Forças de Elite de Contraterrorismo (CTS).
"Estão chegando mais. São parados em um posto de controle, revistamos os homens e verificamos a identidade em uma base de dados para garantir que não são membros do EI", afirmou.
Durante a verificação, as forças iraquianas distribuem água e comida às mulheres e crianças, que aguardam em lonas colocadas no chão.
Ao menos 16.000 pessoas já teriam abandonado a segunda maior cidade iraquiana desde o início da ofensiva para reconquistar os bairros da zona oeste.
Quase 2.000 jihadistas permanecem no oeste de Mossul, de acordo com estimativas americanas. Os combatentes podem provocar importantes perdas com suas táticas de guerrilha, como os atentados suicidas ou o uso de artefatos explosivos
A ONU e várias ONGs estão preocupadas com o destino dos 750.000 civis retidos na zona oeste da cidade, que carecem de praticamente tudo.
O EI chegou a controlar um terço do Iraque, mas nos últimos dois anos perdeu grande parte do território com as múltiplas ofensivas, respaldadas pela aviação e os conselheiros da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
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