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Ex-presidente peruano Alan García será investigado por caso Odebrecht

31/03/2017 20h19

Lima, 31 Mar 2017 (AFP) - O ex-presidente peruano Alan García será investigado pelas irregularidades na concessão da Linha 1 do metrô de Lima à construtora Odebrecht, que admitiu ter pago propinas para fazer a obra, informou o Ministério Público.

"Confirmado que o ex-presidente García será investigado sobre a concessão da Linha 1 do metrô de Lima", disse na sexta-feira uma fonte da Procuradoria à AFP.

A decisão de investigar o ex-presidente García foi do procurador Hamilton Castro, que lidera uma equipe especial encarregada do caso Odebrecht.

A construtora admitiu ter pago no Peru 29 milhões de dólares de forma ilegal para ganhar licitações durante 2005 e 2014, o que envolve três governos.

A Odebrecht admitiu que pagou sete milhões de dólares durante o governo de García para se encarregar da construção da linha 1 do metrô de Lima.

Quatro ex-membros do seu governo envolvidos neste caso já estão presos, entre eles o ex-vice-ministro das Comunicações Jorge Cuba e o ex-presidente do Organismo Supervisor do Investimento em Infraestrutura de Transporte (Ositran) Carlos Zevallos Ugarte.

O ex-presidente García (2006-2011) passou a ser investigado pelas supostas irregularidades que teriam ocorrido na concessão desta obra.

"Se o procurador acha conveniente, saúdo toda a investigação e comparecerei a todas as intimações para colaborar", apontou García na sua conta do Twitter.

No último 6 de março, a procuradora para o caso Odebrecht, Katherine Ampuero, informou que apresentou uma denúncia contra o ex-presidente García pelo suposto delito contra a administração pública.

Paralelamente, o Peru tenta com os Estados Unidos a extradição do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006), acusado de receber 20 milhões de dólares da Odebrecht em troca da concessão de uma estrada.

O ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, também são investigados por suposta lavagem de dinheiro. Segundo um ex-diretor da Odebrecht no Peru, a empresa entregou três milhões de dólares para sua campanha presidencial.