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Oito detidos, incluindo um ministro, por caso Odebrecht na República Dominicana

29/05/2017 12h38

Santo Domingo, 29 Mai 2017 (AFP) - Um ministro e outras sete pessoas - entre elas vários ex-funcionários - foram detidas nesta segunda-feira na República Dominicana pelo caso dos propinas da empreiteira Odebrecht, informou a Procuradoria-Geral.

As detenções foram realizadas nas primeiras horas da manhã em Santo Domingo, em operações simultâneas, e incluem o atual ministro da Indústria e do Comércio, Juan Temístocles Montás, disse à AFP uma fonte do organismo.

Montás foi anteriormente ministro da Economia, Planejamento e Desenvolvimento nos governos de Leonel Fernández (2004-2008 e 2008-2012) e no primeiro mandato do atual presidente, Danilo Medina (2012-2016).

As propinas da Odebrecht na República Dominicana ultrapassaram os 92 milhões de dólares de 2001 até 2014, segundo a própria empresa.

Também foram presos o ex-ministro de Obras Públicas Víctor Diás Rúa e o ex-vice-presidente da Corporação de Empresas Elétricas Estatais (CDEEE) Radhamés Segura, que ocupou cargos durante os governos de Fernández.

Andrés Bautista, presidente do Partido Revolucionário Moderno (PRM), principal grupo opositor, o ex-deputado Ruddy González e o encarregado comercial da empreiteira no país, Ángel Rondón, destacam-se igualmente entre os detidos.

Do governo de Hipólito Mejía (2000-2004), foi privado de liberdade o ex-diretor da CDEEE e do Instituto Nacional de Águas Potáveis e Redes de Esgoto (Inapa), César Sánchez.

Os detidos permanecem na prisão do Palácio da Justiça de Ciudad Nueva, na capital, enquanto não se apresentam para um juiz.

Em 17 de maio, a Procuradoria informou que recebeu oficialmente do Brasil as delações do caso Odebrecht relativas à República Dominicana e que iriam compará-las com as informações dadas pela empresa a nível local e com as levantadas durante interrogatórios de vários dos processados.

Segundo os dados revelados pela Odebrecht, a República Dominicana é o terceiro país onde mais propinas foram pagas para conseguir licitações de obras e favores, com 92 milhões de dólares, ficando atrás somente do Brasil, com 349 milhões de dólares, e da Venezuela, com 98 milhões de dólares.

Na República Dominicana, a empresa foi contratada para realizar pelo menos 16 obras.

Não se descartam novas detenções nas próximas horas.