Trump apoia a Otan e critica papel desestabilizador da Rússia
Varsóvia, 6 Jul 2017 (AFP) - O presidente americano Donald Trump defendeu o pacto de defesa mútua da Otan publicamente nesta quinta-feira (6) durante um discurso em Varsóvia, na tentativa de garantir a seus aliados o compromisso dos Estados Unidos em termos de segurança.
"Os Estados Unidos provaram, não apenas com palavras, mas com suas ações, que apoiamos firmemente o artigo 5º", afirmou Trump nessa primeira etapa de sua viagem europeia, referindo-se à cláusula essencial da carta de fundação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Esse artigo estipula os compromissos de segurança coletiva dos membros da Aliança Atlântica.
"O laço transatlântico entre os Estados Unidos e a Europa está mais forte do que nunca e, talvez sob muitos aspectos, ainda mais forte", frisou.
O presidente americano voltou a ressaltar, porém, a necessidade de aumentar as despesas com defesa por parte dos demais países da Otan.
"Para sua proteção, e vocês sabem disso. Todos sabem. A Europa deve fazer mais", declarou.
Em seu discurso, o presidente americano fez uma acusação incomum contra a Rússia, país que vê com muitos maus olhos a expansão da Otan até suas fronteiras.
Os Estados Unidos - disse Trump - trabalham com seus aliados para se opor "às ações da Rússia e a seu comportamento desestabilizador".
Além disso, admitiu que Moscou pode ter interferido na eleição presidencial de 2016.
"Eu penso que poderia muito bem ter sido a Rússia. Acho que poderiam ter sido outros países. Não serei específico. Mas eu acho que muitas pessoas interferiram", afirmou Trump em um discurso na Polônia.
Essas raras críticas à Rússia acontecem na véspera de seu primeiro encontro com o presidente Vladimir Putin na cúpula do G20, que acontece na Alemanha.
Esse encontro bilateral será acompanhado atentamente por seus pares, mas também nos Estados Unidos, em meio à investigação sobre a influência dos russos no staff de Trump.
- 'Desafios existenciais'- Trump discursou diante de cerca de dez mil pessoas, de acordo com as autoridades locais. Entre elas, está Jan Stopowski, de 80 anos, que disse ter comparecido ao ato "porque é preciso reforçar as relações americano-polonesas, sobretudo, no plano militar".
"Porque o Leste é expansivo", frisou, referindo-se à Rússia de Putin.
Nesse sentido, as palavras de Trump também tinham como objetivo tranquilizar a Polônia, membro da Otan desde 2004.
"A experiência da Polônia nos lembra disso. A defesa do Ocidente repousa não apenas sobre os meios, mas também sobre a vontade de seu povo para prevalecer", declarou.
Trump fez ainda um apelo pela defesa da "nossa civilização", hoje confrontada - segundo ele - com desafios existenciais. Entre esses desafios, o presidente citou "defender nossa civilização" contra o terrorismo, contra a burocracia e contra a erosão das tradições. E contra a ameaça nuclear representada por Pyongyang.
"Convoco toda as nações a enfrentar essa ameaça global e a mostrar publicamente à Coreia do Norte que há consequências de seu comportamento muito, muito mau", alertou.
Washington considera tomar medidas "muito severas", advertiu, acrescentando - rapidamente - que "não quer dizer que vamos fazer isso".
"A questão fundamental do nosso tempo é saber se o Ocidente tem vontade de sobreviver", continuou, garantindo que "o povo polonês, o povo americano e os povos da Europa ainda gritam 'queremos Deus'".
"Nossos cidadãos não conquistaram a liberdade juntos. Não sobreviveram juntos aos horrores. Não enfrentaram o mal juntos apenas para perdermos nossa liberdade para uma perda do orgulho e da confiança em nossos valores", continuou.
Sobre as invasões nazista e soviética à Polônia, solidarizou-se: "É duro".
Para o analista Thomas Wright, do prestigioso "think tank" americano Brookings Institution, "não foi por acaso" que Trump começou sua turnê europeia pela Polônia".
"Porque é um país com governo ultraconservador e eurocético", afirmou.
Segundo ele, apoiar o artigo 5º e apontar a ameaça russa foi "o mínimo" para reparar o discurso feito na Aliança Atlântica no início deste ano.
"Mas seu foco foi nacionalismo e soberania", avaliou.
"O grande risco é que, em suas observações espontâneas, ele comece a dividir a Europa em nova e velha - ou naqueles que não gostam dele e de sua mensagem e naqueles que gostam", comentou o analista.
A viagem começa, então, de um jeito mais suave, antes de seguir nesta quinta à noite para Hamburgo, onde acontece a cúpula do G20. A expectativa é de uma recepção pouco acolhedora para o presidente Trump.
Esta é sua segunda viagem à Europa. Realizada em maio, a primeira expôs o clima atual de profunda desconfiança entre ambos os lados do Atlântico.
"Os Estados Unidos provaram, não apenas com palavras, mas com suas ações, que apoiamos firmemente o artigo 5º", afirmou Trump nessa primeira etapa de sua viagem europeia, referindo-se à cláusula essencial da carta de fundação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Esse artigo estipula os compromissos de segurança coletiva dos membros da Aliança Atlântica.
"O laço transatlântico entre os Estados Unidos e a Europa está mais forte do que nunca e, talvez sob muitos aspectos, ainda mais forte", frisou.
O presidente americano voltou a ressaltar, porém, a necessidade de aumentar as despesas com defesa por parte dos demais países da Otan.
"Para sua proteção, e vocês sabem disso. Todos sabem. A Europa deve fazer mais", declarou.
Em seu discurso, o presidente americano fez uma acusação incomum contra a Rússia, país que vê com muitos maus olhos a expansão da Otan até suas fronteiras.
Os Estados Unidos - disse Trump - trabalham com seus aliados para se opor "às ações da Rússia e a seu comportamento desestabilizador".
Além disso, admitiu que Moscou pode ter interferido na eleição presidencial de 2016.
"Eu penso que poderia muito bem ter sido a Rússia. Acho que poderiam ter sido outros países. Não serei específico. Mas eu acho que muitas pessoas interferiram", afirmou Trump em um discurso na Polônia.
Essas raras críticas à Rússia acontecem na véspera de seu primeiro encontro com o presidente Vladimir Putin na cúpula do G20, que acontece na Alemanha.
Esse encontro bilateral será acompanhado atentamente por seus pares, mas também nos Estados Unidos, em meio à investigação sobre a influência dos russos no staff de Trump.
- 'Desafios existenciais'- Trump discursou diante de cerca de dez mil pessoas, de acordo com as autoridades locais. Entre elas, está Jan Stopowski, de 80 anos, que disse ter comparecido ao ato "porque é preciso reforçar as relações americano-polonesas, sobretudo, no plano militar".
"Porque o Leste é expansivo", frisou, referindo-se à Rússia de Putin.
Nesse sentido, as palavras de Trump também tinham como objetivo tranquilizar a Polônia, membro da Otan desde 2004.
"A experiência da Polônia nos lembra disso. A defesa do Ocidente repousa não apenas sobre os meios, mas também sobre a vontade de seu povo para prevalecer", declarou.
Trump fez ainda um apelo pela defesa da "nossa civilização", hoje confrontada - segundo ele - com desafios existenciais. Entre esses desafios, o presidente citou "defender nossa civilização" contra o terrorismo, contra a burocracia e contra a erosão das tradições. E contra a ameaça nuclear representada por Pyongyang.
"Convoco toda as nações a enfrentar essa ameaça global e a mostrar publicamente à Coreia do Norte que há consequências de seu comportamento muito, muito mau", alertou.
Washington considera tomar medidas "muito severas", advertiu, acrescentando - rapidamente - que "não quer dizer que vamos fazer isso".
"A questão fundamental do nosso tempo é saber se o Ocidente tem vontade de sobreviver", continuou, garantindo que "o povo polonês, o povo americano e os povos da Europa ainda gritam 'queremos Deus'".
"Nossos cidadãos não conquistaram a liberdade juntos. Não sobreviveram juntos aos horrores. Não enfrentaram o mal juntos apenas para perdermos nossa liberdade para uma perda do orgulho e da confiança em nossos valores", continuou.
Sobre as invasões nazista e soviética à Polônia, solidarizou-se: "É duro".
Para o analista Thomas Wright, do prestigioso "think tank" americano Brookings Institution, "não foi por acaso" que Trump começou sua turnê europeia pela Polônia".
"Porque é um país com governo ultraconservador e eurocético", afirmou.
Segundo ele, apoiar o artigo 5º e apontar a ameaça russa foi "o mínimo" para reparar o discurso feito na Aliança Atlântica no início deste ano.
"Mas seu foco foi nacionalismo e soberania", avaliou.
"O grande risco é que, em suas observações espontâneas, ele comece a dividir a Europa em nova e velha - ou naqueles que não gostam dele e de sua mensagem e naqueles que gostam", comentou o analista.
A viagem começa, então, de um jeito mais suave, antes de seguir nesta quinta à noite para Hamburgo, onde acontece a cúpula do G20. A expectativa é de uma recepção pouco acolhedora para o presidente Trump.
Esta é sua segunda viagem à Europa. Realizada em maio, a primeira expôs o clima atual de profunda desconfiança entre ambos os lados do Atlântico.
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