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Trump pressiona Congresso para aprovar reforma da saúde

10/07/2017 21h36

Washington, 11 Jul 2017 (AFP) - O presidente Donald Trump voltou a pressionar os legisladores americanos, nesta segunda-feira (10), para que aprovem a reforma do sistema de saúde antes do recesso de férias do Congresso em agosto.

Trump criticou a inação dos congressistas, que voltam a trabalhar nesta terça-feira (11) após a paralisação pelo feriado de 4 de julho.

"Não posso imaginar que se atrevam a deixar Washington sem uma bonita nova lei de saúde completamente aprovada", tuitou.

Em outras mensagens publicadas nessa rede social, Trump criticou o ex-diretor do FBI James Comey, a quem acusou de vazar informação sigilosa em memorandos. Também defendeu sua filha Ivanka, que ocupou seu lugar em uma reunião do G20 realizada na última semana em Hamburgo, na Alemanha.

Trump fez da reforma do sistema de saúde, com a qual pretende substituir o modelo atual, o Obamacare, uma de suas prioridades.

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, tentou fazer o plano ser votado na Câmara alta antes de 4 de julho.

Mas dissidências em suas próprias fileiras o levaram a adiar o voto. As pesquisas também mostraram que o projeto do Senado é bastante impopular entre os americanos.

McConnell abriu a sessão desta segunda-feira sem indicar se chegou a um compromisso entre os diversos grupos de seu partido, preferindo denunciar a oposição da minoria democrata. "Lamento que nossos colegas democratas tenham demonstrado que não querem trabalhar conosco", disse.

De acordo com o político, uma nova versão do plano de reforma republicano pode ser anunciado na quinta-feira no Senado, com uma revisão e uma votação na próxima semana.

McConnell redigiu o projeto de lei em segredo com um grupo de assessores, deixando de fora vários senadores-chave, que depois expressaram a sua preocupação de que a reforma possa deixar milhões de pessoas sem seguro saúde.

Com os democratas unidos na oposição, é necessário que 50 dos 52 senadores republicanos aprovem a medida.

O rascunho do Senado mantém intactas algumas partes do Obamacare, mas retira grande parte de seu financiamento. Também faz retroceder a expansão do Medicaid, o programa de atenção de saúde federal para os pobres e deficientes.

Cerca de 10 republicanos anunciaram que não votarão no projeto como ele está redigido, incluindo o senador Bill Cassidy, que disse à emissora Fox News no domingo que "o projeto claramente morreu".

Embora a medida esteja sendo ajustada, em uma tentativa desesperada de conseguir um número suficiente de voto dos republicanos, Cassidy se queixou de não ter visto a nova versão.

Vários republicanos expressaram a sua preocupação de que o projeito de lei deixe milhões de pessoas sem seguro saúde.

"Depois de semanas de trabalho, parece que os meus amigos do outro partido ainda não têm os votos necessários para avançar em seu projeto de lei", ironizou nesta segunda o líder dos democratas, Chuck Schumer.

Do lado de fora do Congresso, houve protestos e 80 pessoas foram detidas pela polícia. Os manifestantes ocuparam pelo menos 13 partes diferentes do complexo do Capitólio, onde ficam centenas de gabinetes de legisladores.

A polícia do Capitólio informou em um comunicado que 32 homens e 48 mulheres foram detidos por "atividades ilegais".