Na América se vive mais, mas ainda se morre por doenças evitáveis
Washington, 26 Set 2017 (AFP) - A América aumentou sua expectativa de vida para 75 anos, quase cinco anos a mais que a média mundial, mas as doenças que podem ser prevenidas continuam sendo o principal desafio regional, afirmou nesta terça-feira a Organização Pan-americana da Saúde (OPS).
"A população ganhou 16 anos de vida em média nos últimos 45 anos, ou seja, praticamente dois anos a cada cinco", indicou o relatório "Saúde nas Américas + 2017", a publicação da OPS que a cada cinco anos analisa as tendências, os desafios e as condições da saúde no continente.
No entanto, a região ainda precisa combater doenças não transmissíveis (DNT), como câncer, diabetes e enfermidades cardiovasculares e respiratórias, associadas a determinados estilos de vida e responsáveis por quatro em cada cinco mortes por ano.
Alimentação pouco saudável, atividade física insuficiente, tabagismo e consumo nocivo de álcool são os principais fatores de risco desses males, segundo a OPS, que prevê um aumento de casos de DNT nas próximas décadas devido ao crescimento da população, ao envelhecimento e à urbanização.
"Vivemos mais anos de vida e morremos menos por causas que podemos evitar, mas esse ganho não foi equitativo", disse a diretora da OPS, Carissa F. Etienne, que fez um chamado a garantir as condições que determinam uma boa saúde, como o acesso à água potável, educação e moradia digna.
O relatório, apresentado na 29ª Conferência Sanitária Pan-americana da OPS, que acontece até sexta-feira em Washington, também apresenta a "ameaça constante" das doenças emergentes, fruto das mudanças ambientais e dos deslocamentos de populações.
"Nos últimos anos, nossa região sofreu surtos de chikungunya, cólera, ebola, febre amarela, zika e outros eventos de saúde pública que puseram à prova nossa capacidade de preparação e resposta", disse Etienne.
O relatório da OPS, órgão regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), também destaca o desafio de lidar com as mudanças climáticas e suas repercussões na saúde física e mental.
- Obesidade, uma epidemia - A OPS fez soar o alarme sobre a obesidade, um dos principais fatores de risco para DNTs.
Nas Américas, a região da OMS com a prevalência mais alta de sobrepeso e obesidade, a taxa é o dobro da média global: 26,8% em comparação com 12,9%, indicou o relatório, apontando as "proporções epidêmicas" deste mal não só em adultos (e particularmente em mulheres), mas também em crianças e adolescentes.
"Necessitam-se políticas regulamentares para promover, apoiar e proteger a alimentação saudável, a restrição do marketing, a regulação da rotulagem e a aplicação de impostos às bebidas ricas em açúcar e a outros produtos processados e ultraprocessados com alto conteúdo de calorias, açúcar, gorduras e sódio", destacou a OPS.
Além disso, o relatório apontou que 15% da população maior de 18 anos (62 milhões) vive com diabetes, uma porcentagem que triplicou nos últimos dez anos.
Embora a mortalidade por doenças cardiovasculares tenha caído quase 20% em média em uma década, estas continuam sendo a principal causa de morte na região. O câncer provocou a morte de 1,3 milhão de pessoas em 2012, 45% delas com menos de 70 anos.
As lesões causadas por acidentes de trânsito, que causaram 12% das mortes em 2013, e as altas taxas de homicídios que colocam 18 países da América Latina e Caribe entre os 20 piores no mundo, são outros dos desafios a se enfrentar, indicou o relatório.
- O desafio de viver mais -Segundo estimativas da OPS, 81% dos que nascem na América atualmente viverão até os 60 anos, enquanto 42% superarão os 80 anos. O relatório advertiu, no entanto, que este aumento da expectativa de vida não implica uma velhice sem deficiências e pediu aos sistemas de saúde que se adequem a este desafio.
"O envelhecimento saudável normalmente não é identificado com a ausência de doenças, mas com a capacidade para o funcionamento autônomo, e para manter e conservar a qualidade de vida", indicou o relatório, que em 2015 situou a expectativa de vida saudável média nas Américas nos 65 anos.
Além do aumento da expectativa de vida, o relatório também destaca outros êxitos, como a redução de 24% da mortalidade infantil entre 2002 e 2013, a diminuição de 62% dos casos de malária entre 2000 e 2015, da lepra (10,1% a menos entre 2010 e 2014), e das mortes por aids (queda de 67% entre 2005 e 2015).
O texto ressalta, ainda, a eliminação da transmissão endêmica da rubéola (2015) e do sarampo (2016).
"A população ganhou 16 anos de vida em média nos últimos 45 anos, ou seja, praticamente dois anos a cada cinco", indicou o relatório "Saúde nas Américas + 2017", a publicação da OPS que a cada cinco anos analisa as tendências, os desafios e as condições da saúde no continente.
No entanto, a região ainda precisa combater doenças não transmissíveis (DNT), como câncer, diabetes e enfermidades cardiovasculares e respiratórias, associadas a determinados estilos de vida e responsáveis por quatro em cada cinco mortes por ano.
Alimentação pouco saudável, atividade física insuficiente, tabagismo e consumo nocivo de álcool são os principais fatores de risco desses males, segundo a OPS, que prevê um aumento de casos de DNT nas próximas décadas devido ao crescimento da população, ao envelhecimento e à urbanização.
"Vivemos mais anos de vida e morremos menos por causas que podemos evitar, mas esse ganho não foi equitativo", disse a diretora da OPS, Carissa F. Etienne, que fez um chamado a garantir as condições que determinam uma boa saúde, como o acesso à água potável, educação e moradia digna.
O relatório, apresentado na 29ª Conferência Sanitária Pan-americana da OPS, que acontece até sexta-feira em Washington, também apresenta a "ameaça constante" das doenças emergentes, fruto das mudanças ambientais e dos deslocamentos de populações.
"Nos últimos anos, nossa região sofreu surtos de chikungunya, cólera, ebola, febre amarela, zika e outros eventos de saúde pública que puseram à prova nossa capacidade de preparação e resposta", disse Etienne.
O relatório da OPS, órgão regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), também destaca o desafio de lidar com as mudanças climáticas e suas repercussões na saúde física e mental.
- Obesidade, uma epidemia - A OPS fez soar o alarme sobre a obesidade, um dos principais fatores de risco para DNTs.
Nas Américas, a região da OMS com a prevalência mais alta de sobrepeso e obesidade, a taxa é o dobro da média global: 26,8% em comparação com 12,9%, indicou o relatório, apontando as "proporções epidêmicas" deste mal não só em adultos (e particularmente em mulheres), mas também em crianças e adolescentes.
"Necessitam-se políticas regulamentares para promover, apoiar e proteger a alimentação saudável, a restrição do marketing, a regulação da rotulagem e a aplicação de impostos às bebidas ricas em açúcar e a outros produtos processados e ultraprocessados com alto conteúdo de calorias, açúcar, gorduras e sódio", destacou a OPS.
Além disso, o relatório apontou que 15% da população maior de 18 anos (62 milhões) vive com diabetes, uma porcentagem que triplicou nos últimos dez anos.
Embora a mortalidade por doenças cardiovasculares tenha caído quase 20% em média em uma década, estas continuam sendo a principal causa de morte na região. O câncer provocou a morte de 1,3 milhão de pessoas em 2012, 45% delas com menos de 70 anos.
As lesões causadas por acidentes de trânsito, que causaram 12% das mortes em 2013, e as altas taxas de homicídios que colocam 18 países da América Latina e Caribe entre os 20 piores no mundo, são outros dos desafios a se enfrentar, indicou o relatório.
- O desafio de viver mais -Segundo estimativas da OPS, 81% dos que nascem na América atualmente viverão até os 60 anos, enquanto 42% superarão os 80 anos. O relatório advertiu, no entanto, que este aumento da expectativa de vida não implica uma velhice sem deficiências e pediu aos sistemas de saúde que se adequem a este desafio.
"O envelhecimento saudável normalmente não é identificado com a ausência de doenças, mas com a capacidade para o funcionamento autônomo, e para manter e conservar a qualidade de vida", indicou o relatório, que em 2015 situou a expectativa de vida saudável média nas Américas nos 65 anos.
Além do aumento da expectativa de vida, o relatório também destaca outros êxitos, como a redução de 24% da mortalidade infantil entre 2002 e 2013, a diminuição de 62% dos casos de malária entre 2000 e 2015, da lepra (10,1% a menos entre 2010 e 2014), e das mortes por aids (queda de 67% entre 2005 e 2015).
O texto ressalta, ainda, a eliminação da transmissão endêmica da rubéola (2015) e do sarampo (2016).
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