Evo Morales tem aval da justiça para quarta reeleição
La Paz, 29 Nov 2017 (AFP) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, recebeu nesta terça-feira (28) o aval do Tribunal Constitucional para se candidatar a um quarto mandato consecutivo (2020-2025), apesar do referendo que lhe negou essa possibilidade no ano passado.
A decisão, adotada por unanimidade, considera que o direito humano a se candidatar livremente a um cargo prevalece sobre as limitações da Constituição. A Carta Magna boliviana, promulgada pelo próprio Morales em 2009, só permite às autoridades uma reeleição consecutiva.
Segundo o presidente do TC, Macario Lahor Cortez, a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos, tem maior peso do que as normas constitucionais. Sua decisão "está justamente, habilitando essas pessoas (autoridades) a se postularem, porque definitivamente quem elege é o povo boliviano", explicou.
A norma beneficia o presidente, o vice-presidente, 154 legisladores, 9 governadores, 339 prefeitos e 3.500 conselheiros.
A decisão abre caminho para Morales se candidatar a um quarto mandato, no período 2020-2025, no que a oposição denuncia como um golpe na democracia.
O governante Movimento Ao Socialismo (MAS) apresentou em setembro um recurso ao TC para que declare inaplicáveis os artigos da Constituição que limitavam a reeleição.
Morales começou a governar em 2006 e em 2009 modificou a Constituição, onde ficou estabelecido que um presidente só poderia governar por dois períodos consecutivos.
Entretanto, para habilitar sua candidatura para 2010-2015, pediu ao TC que interprete a lei, para que esse período seja considerado o primeiro sob uma nova Carta Magna. Por essa mesma lógica, seu segundo período sob a nova Constituição é o atual 2015-2020. Em todas as eleições Morales ganhou por ampla maioria.
Apesar da alta popularidade, em fevereiro do ano passado perdeu um referendo em que buscava reformar a Constituição e habilitar-se para se candidatar ao período 2020-2025. Agora Morales tem o caminho livre para ir para o quarto mandato, enquanto a oposição denunciou que a lei está sendo violada e que está dando um golpe na democracia.
- "Golpe" constitucional -"Isto vai permitir a reeleição indefinida" de Morales, disse à AFP o analista Carlos Cordero, professor da universidade Mayor de San Andrés.
Segundo Cordero, "é a demonstração clara de que os tribunais de justiça bolivianos estão subordinados ao poder" de Morales.
O professor destacou que "não existe instância legal de apelação", já que o Tribunal Constitucional é a máxima autoridade na matéria.
O líder opositor Samuel Doria Medina comparou a situação da Bolívia com a da Venezuela e Morales ao presidente Nicolás Maduro. "Estão no mesmo caminho, só interessa eternizar-se no poder, não importa se destroem seus países, são os golpistas de hoje".
Guido Mitma, chefe da Central Operária Boliviana (COB), maior sindicato do país, considerou que a determinação do Tribunal Constitucional "está pisando na Constituição" com uma "grave traição".
A decisão, adotada por unanimidade, considera que o direito humano a se candidatar livremente a um cargo prevalece sobre as limitações da Constituição. A Carta Magna boliviana, promulgada pelo próprio Morales em 2009, só permite às autoridades uma reeleição consecutiva.
Segundo o presidente do TC, Macario Lahor Cortez, a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos, tem maior peso do que as normas constitucionais. Sua decisão "está justamente, habilitando essas pessoas (autoridades) a se postularem, porque definitivamente quem elege é o povo boliviano", explicou.
A norma beneficia o presidente, o vice-presidente, 154 legisladores, 9 governadores, 339 prefeitos e 3.500 conselheiros.
A decisão abre caminho para Morales se candidatar a um quarto mandato, no período 2020-2025, no que a oposição denuncia como um golpe na democracia.
O governante Movimento Ao Socialismo (MAS) apresentou em setembro um recurso ao TC para que declare inaplicáveis os artigos da Constituição que limitavam a reeleição.
Morales começou a governar em 2006 e em 2009 modificou a Constituição, onde ficou estabelecido que um presidente só poderia governar por dois períodos consecutivos.
Entretanto, para habilitar sua candidatura para 2010-2015, pediu ao TC que interprete a lei, para que esse período seja considerado o primeiro sob uma nova Carta Magna. Por essa mesma lógica, seu segundo período sob a nova Constituição é o atual 2015-2020. Em todas as eleições Morales ganhou por ampla maioria.
Apesar da alta popularidade, em fevereiro do ano passado perdeu um referendo em que buscava reformar a Constituição e habilitar-se para se candidatar ao período 2020-2025. Agora Morales tem o caminho livre para ir para o quarto mandato, enquanto a oposição denunciou que a lei está sendo violada e que está dando um golpe na democracia.
- "Golpe" constitucional -"Isto vai permitir a reeleição indefinida" de Morales, disse à AFP o analista Carlos Cordero, professor da universidade Mayor de San Andrés.
Segundo Cordero, "é a demonstração clara de que os tribunais de justiça bolivianos estão subordinados ao poder" de Morales.
O professor destacou que "não existe instância legal de apelação", já que o Tribunal Constitucional é a máxima autoridade na matéria.
O líder opositor Samuel Doria Medina comparou a situação da Bolívia com a da Venezuela e Morales ao presidente Nicolás Maduro. "Estão no mesmo caminho, só interessa eternizar-se no poder, não importa se destroem seus países, são os golpistas de hoje".
Guido Mitma, chefe da Central Operária Boliviana (COB), maior sindicato do país, considerou que a determinação do Tribunal Constitucional "está pisando na Constituição" com uma "grave traição".
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