Honduras prolonga incerteza sobre vencedor de eleições
Tegucigalpa, 28 Nov 2017 (AFP) - Honduras continuava nesta terça-feira (28) sem saber quem foi o vencedor das eleições presidenciais de domingo, o opositor Salvador Nasralla ou o presidente Juan Orlando Hernández, que mobilizam seus seguidores para defender suas respectivas "vitórias".
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) continuava a lenta contagem de votos. Segundo o único relatório dado até agora, Narsalla, um popular apresentador de televisão e narrador de futebol de 64 anos que não tem experiência política e se candidatou pela Aliança de Oposição Contra a Ditadura, tinha uma vantagem de cerca de cinco pontos.
Com 58,39% das cédulas apuradas, Nasralla contava com 45,05% dos votos contra 40,28% para Hernández, de 49 anos e aspirante à reeleição pelo direitista Partido Nacional (PN).
O candidato liberal Luis Zelaya ficava para trás com 13,81%, enquanto os outros seis candidatos não chegavam nem a 1%.
A chefe da missão de observadores da União Europeia, a deputada portuguesa Marisa Matias, criticou a lentidão na divulgação dos dados.
"Após dois dias sem anunciar novos resultados, o tribunal deve estabelecer uma comunicação mais fluida, publicando os votos conforme vão chegando (...) como foi feito na votação de 2013", indicou Matias.
Consultado a respeito, o presidente do TSE, David Matamoros, respondeu que "sabemos que estamos sendo bombardeados com críticas, mas se não tenho votos, não posso divulgá-los".
Ele disse esperar concluir a contagem das 17.500 cédulas eleitorais na próxima quinta-feira ao meio-dia, quando proclamará o vencedor da eleição.
Diante da demora na entrega dos resultados parciais na noite de domingo, Nasralla e Hernández proclamaram suas respectivas vitórias, abraçados por seus simpatizantes.
- Voto contra -Os analistas sustentam que a votação a favor de Nasralla reflete a sua popularidade entre os moradores de Honduras após 40 anos de presença constante na televisão.
Paralelamente, os especialistas apontam para um castigo pelas tendências autoritárias e denúncias de corrupção contra o governo de Hernández, apesar de reconhecerem suas conquistas em termos de segurança e estabilidade econômica.
"O resultado não foi tanto a favor de alguém, mas contra o governo", disse à AFP Adolfo Facussé, presidente da Fundação Covelo de apoio aos pequenos produtores.
"O problema para a maioria é que não há emprego. O governo teve estratégias para combater a criminalidade, mas isso por si só não melhora a vida das pessoas", destacou o empresário, que sustentou que a capital tem 542 colônias, 80% das quais seguem sob o comando das facções.
Uma das nações mais pobres da América Latina, Honduras também é um dos países sem guerra mais violentos do mundo, com uma taxa de homicídios que em 2016 se situou em 60 para cada 100 mil habitantes, segundo o Observatório de Violência da Universidade Nacional.
O americano Eurasia Group, de análise de risco, advertiu que a vitória de Nasralla poderia levar a políticas populistas motivadas por sua proximidade com Manuel Zelaya, derrubado da Presidência após um golpe de Estado em 2009.
"Uma vitória de Nasralla representaria incerteza em curto prazo para os investidores. Sua plataforma de campanha foi muito populista, incluindo promessas de cortar impostos sobre a renda e dar serviços sociais gratuitos", segundo a avaliação do Eurasia Group.
mas-nl/val/yow/cb/mvv
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) continuava a lenta contagem de votos. Segundo o único relatório dado até agora, Narsalla, um popular apresentador de televisão e narrador de futebol de 64 anos que não tem experiência política e se candidatou pela Aliança de Oposição Contra a Ditadura, tinha uma vantagem de cerca de cinco pontos.
Com 58,39% das cédulas apuradas, Nasralla contava com 45,05% dos votos contra 40,28% para Hernández, de 49 anos e aspirante à reeleição pelo direitista Partido Nacional (PN).
O candidato liberal Luis Zelaya ficava para trás com 13,81%, enquanto os outros seis candidatos não chegavam nem a 1%.
A chefe da missão de observadores da União Europeia, a deputada portuguesa Marisa Matias, criticou a lentidão na divulgação dos dados.
"Após dois dias sem anunciar novos resultados, o tribunal deve estabelecer uma comunicação mais fluida, publicando os votos conforme vão chegando (...) como foi feito na votação de 2013", indicou Matias.
Consultado a respeito, o presidente do TSE, David Matamoros, respondeu que "sabemos que estamos sendo bombardeados com críticas, mas se não tenho votos, não posso divulgá-los".
Ele disse esperar concluir a contagem das 17.500 cédulas eleitorais na próxima quinta-feira ao meio-dia, quando proclamará o vencedor da eleição.
Diante da demora na entrega dos resultados parciais na noite de domingo, Nasralla e Hernández proclamaram suas respectivas vitórias, abraçados por seus simpatizantes.
- Voto contra -Os analistas sustentam que a votação a favor de Nasralla reflete a sua popularidade entre os moradores de Honduras após 40 anos de presença constante na televisão.
Paralelamente, os especialistas apontam para um castigo pelas tendências autoritárias e denúncias de corrupção contra o governo de Hernández, apesar de reconhecerem suas conquistas em termos de segurança e estabilidade econômica.
"O resultado não foi tanto a favor de alguém, mas contra o governo", disse à AFP Adolfo Facussé, presidente da Fundação Covelo de apoio aos pequenos produtores.
"O problema para a maioria é que não há emprego. O governo teve estratégias para combater a criminalidade, mas isso por si só não melhora a vida das pessoas", destacou o empresário, que sustentou que a capital tem 542 colônias, 80% das quais seguem sob o comando das facções.
Uma das nações mais pobres da América Latina, Honduras também é um dos países sem guerra mais violentos do mundo, com uma taxa de homicídios que em 2016 se situou em 60 para cada 100 mil habitantes, segundo o Observatório de Violência da Universidade Nacional.
O americano Eurasia Group, de análise de risco, advertiu que a vitória de Nasralla poderia levar a políticas populistas motivadas por sua proximidade com Manuel Zelaya, derrubado da Presidência após um golpe de Estado em 2009.
"Uma vitória de Nasralla representaria incerteza em curto prazo para os investidores. Sua plataforma de campanha foi muito populista, incluindo promessas de cortar impostos sobre a renda e dar serviços sociais gratuitos", segundo a avaliação do Eurasia Group.
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