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Rússia quer alterar envio de ajuda da ONU a zonas opositoras na Síria

29/11/2017 19h56

Nações Unidas, Estados Unidos, 29 Nov 2017 (AFP) - A Rússia anunciou nesta quarta-feira (29) que tentará alterar a resolução da ONU que permite entregar ajuda humanitária em zonas controladas pela oposição na Síria através das fronteiras com a Turquia e a Jordânia, mas sem a aprovação de Damasco.

O Conselho de Segurança votará a renovação da entrega da ajuda, que vence em 10 de janeiro, mas está em vigor desde 2014 e foi apoiada pela Rússia, grande aliada da Síria.

O embaixador russo Vassily Nebenzia observou, junto ao Conselho, que seu país está preocupado porque a ajuda humanitária está sendo desviada. "Este mecanismo não pode se manter como até agora", disse o diplomata, acrescentando que isto "socava a soberania da Síria".

"Falta ordem na distribuição de assistência humanitária para que não caia nas mãos de terroristas e para que não seja revendida ao povo sírio a preços mais altos".

O chefe da ajuda humanitária da ONU, Mark Lowcock, indicou ao Conselho que a entrega de ajuda através das fronteiras é "essencial para salvar vidas" e enfatizou que as remessas a zonas controladas pelo governo "continuam sendo fortemente restritas".

Em novembro, o governo sírio avalizou apenas quatro comboios que levaram ajuda a pouco menos de 250.000 pessoas, enquanto produtos médicos eram constantemente retirados de caminhões nos pontos de controle dos arredores de Damasco.

Comparativamente, as ajudas chegaram a 800.000 pessoas este mês em zonas controladas pela oposição no nordeste e no sul da Síria, através das passagens fronteiriças com a Turquia e a Jordânia.

"Cada caminhão é revisado para assegurar que só contém provisões humanitárias" e suas entregas são confirmadas pelos monitores uma vez que chegam aos refúgios na Síria, disse Lowcock.

Suécia e Japão lideram as negociações no Conselho para renovar a resolução que autoriza a entrada da ajuda humanitária.

No sétimo ano de guerra, mais de 13 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, das quais 420.000 vivem em zonas sitiadas.