Presidente equatoriano diz que Assange é um 'problema'
Quito, 22 Jan 2018 (AFP) - O presidente do Equador, Lenín Moreno, reconheceu no domingo (21) que o asilo concedido a Julian Assange, a quem descreveu como um "problema herdado", "causa mais do que um incômodo" ao seu governo.
"Esperamos obter um resultado positivo no curto prazo para esta questão, que realmente nos causa mais do que um incômodo", afirmou Moreno em entrevista às redes de televisão Ecuavisa, Teleamazonas e EquadorTV.
O presidente se referiu a Assange nesses termos, pela primeira vez, mas reiterou que seu país procura concretizar uma mediação "de pessoas importantes" para resolver a situação do fundador do WikiLeaks. Ele não especificou, porém, quem poderia fazer parte dessa estratégia.
Assange, que recebeu a nacionalidade equatoriana em dezembro passado, está refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado para a Suécia por supostos crimes sexuais que ele nega ter cometido.
O Ministério Público sueco arquivou a investigação, mas Assange teme ser preso se deixar a sede diplomática para ser extraditado para os Estados Unidos e julgado pela publicação de informações confidenciais em 2010 no WikiLeaks.
Depois de lhe conceder a naturalização, o governo equatoriano pediu a Londres para reconhecê-lo como um agente diplomático, o que lhe teria dado imunidade para deixar a embaixada sem ser preso. O Reino Unido negou o pedido.
"Este teria sido um bom resultado. Infelizmente, as coisas nunca saem como o Ministério das Relações Exteriores planeja, e o problema segue latente", disse Moreno.
- Proibido interferir -A ministra das Relações Exteriores, María Fernanda Espinosa, ratificou que o Equador manterá o asilo concedido a Assange pelo governo de Rafael Correa (2007-2017), agora em desacordo com seu sucessor e ex-aliado.
Recentemente, em entrevista à AFP, Correa afirmou que teme que o governo de Moreno retire o asilo de Assange, devido à pressão dos Estados Unidos.
"Acho que é apenas uma questão de tempo antes que este governo, que traiu todos os ideais (...), tire o apoio. Bastaria uma pressão dos Estados Unidos para que o façam, e certamente já está acontecendo", apontou o ex-presidente.
As interferências de Assange em assuntos de outros países irritaram Moreno e até Correa, que em outubro de 2016 cortou a Internet na representação diplomática para que ele não continuasse tentando influenciar a campanha presidencial dos Estados Unidos.
Moreno chegou a chamar a atenção do ciberativista, quando este apoiou abertamente os separatistas catalães na disputa com o governo da Espanha.
Para conter tais atitudes, o Equador assinou um acordo com Assange.
"Estamos constantemente alertando Assange que ele deve cumprir as regras, e ele assinou, no último mês, um acordo de que não intervirá novamente na política equatoriana, nem na política dos outros países", afirmou Moreno.
Os analistas acreditam que o fundador da WikiLeaks seja um convidado desconfortável para o Equador. Desde que lhe concedeu asilo, Quito espera que as autoridades britânicas lhe deem um salvo-conduto para que Assange possa deixar o Reino Unido.
"Esperamos obter um resultado positivo no curto prazo para esta questão, que realmente nos causa mais do que um incômodo", afirmou Moreno em entrevista às redes de televisão Ecuavisa, Teleamazonas e EquadorTV.
O presidente se referiu a Assange nesses termos, pela primeira vez, mas reiterou que seu país procura concretizar uma mediação "de pessoas importantes" para resolver a situação do fundador do WikiLeaks. Ele não especificou, porém, quem poderia fazer parte dessa estratégia.
Assange, que recebeu a nacionalidade equatoriana em dezembro passado, está refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado para a Suécia por supostos crimes sexuais que ele nega ter cometido.
O Ministério Público sueco arquivou a investigação, mas Assange teme ser preso se deixar a sede diplomática para ser extraditado para os Estados Unidos e julgado pela publicação de informações confidenciais em 2010 no WikiLeaks.
Depois de lhe conceder a naturalização, o governo equatoriano pediu a Londres para reconhecê-lo como um agente diplomático, o que lhe teria dado imunidade para deixar a embaixada sem ser preso. O Reino Unido negou o pedido.
"Este teria sido um bom resultado. Infelizmente, as coisas nunca saem como o Ministério das Relações Exteriores planeja, e o problema segue latente", disse Moreno.
- Proibido interferir -A ministra das Relações Exteriores, María Fernanda Espinosa, ratificou que o Equador manterá o asilo concedido a Assange pelo governo de Rafael Correa (2007-2017), agora em desacordo com seu sucessor e ex-aliado.
Recentemente, em entrevista à AFP, Correa afirmou que teme que o governo de Moreno retire o asilo de Assange, devido à pressão dos Estados Unidos.
"Acho que é apenas uma questão de tempo antes que este governo, que traiu todos os ideais (...), tire o apoio. Bastaria uma pressão dos Estados Unidos para que o façam, e certamente já está acontecendo", apontou o ex-presidente.
As interferências de Assange em assuntos de outros países irritaram Moreno e até Correa, que em outubro de 2016 cortou a Internet na representação diplomática para que ele não continuasse tentando influenciar a campanha presidencial dos Estados Unidos.
Moreno chegou a chamar a atenção do ciberativista, quando este apoiou abertamente os separatistas catalães na disputa com o governo da Espanha.
Para conter tais atitudes, o Equador assinou um acordo com Assange.
"Estamos constantemente alertando Assange que ele deve cumprir as regras, e ele assinou, no último mês, um acordo de que não intervirá novamente na política equatoriana, nem na política dos outros países", afirmou Moreno.
Os analistas acreditam que o fundador da WikiLeaks seja um convidado desconfortável para o Equador. Desde que lhe concedeu asilo, Quito espera que as autoridades britânicas lhe deem um salvo-conduto para que Assange possa deixar o Reino Unido.
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