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Pastor conselheiro de presidentes americanos morre aos 99 anos

21/02/2018 15h07

Washington, 21 Fev 2018 (AFP) - O influente pastor evangélico americano Billy Graham, conselheiro espiritual de inúmeros presidentes, morreu aos 99 anos, informou nesta quarta-feira a família à imprensa local.

No Brasil, ele ficou conhecido por suas visitas a várias cidades, entre os anos 1960 e 2010, quando realizou as famosas "Cruzadas de Evangelização".

William Franklin Graham Jr, o pregador mais conhecido do mundo, morreu na manhã desta quarta-feira em sua residência em Montreat, na Carolina do Norte, segundo tuitou Billy Graham Evangelistic Association (BGEA), organização que fundou em 1950.

Sua família havia anunciado pouco antes o falecimento à imprensa.

Nos últimos anos, sua saúde ficou comprometida. Sofria de Parkinson e de um câncer de próstata.

"O GRANDE Billy Graham faleceu. Ele era único! Fará falta aos cristãos e a todas as religiões. Um homem muito especial", reagiu o presidente americano Donald Trump no Twitter.

"Meu maior conforto vem do fato que eu pertenço a Cristo e que, pouco importa o que aconteça, ele não me deixará e não me abandonará jamais", havia dito o religioso ao Minneapolis Tribune.

Aos 16 anos, o pastor teve uma revelação religiosa e, graças a seu carisma, sua voz grave e orações fervorosas, conseguiu atrair as massas, que o seguiam através de seus programas de rádio e televisão.

Graham virou uma celebridade no final da década de 1940 por seus sermões apaixonados.

Desde então, visitou inúmeros países, entre eles a ex-União Soviética e a China. Chegou, inclusive, a ir à Coreia do Norte em 1992 e 1994.

Entre as personalidades que se reuniram com ele, estão a rainha Elizabeth II, João Paulo II e Madre Teresa de Calcutá.

Ele foi conselheiro espiritual de presidentes americanos como Harry Truman e Barack Obama.

George W. Bush chegou a confessar que deixou de beber e encontrou o caminho de Deus graças a Graham.

O pai deste último, George H.W. Bush, o convidou a orar na Casa Branca em 1991 para ajudar a superar a primeira Guerra do Golfo.

"Acredito que Billy não tocou apenas o coração dos cristãos, mas de pessoas de todas as fés, porque ele era um homem muito bom", indicou Bush pai em um comunicado. "Tive o privilégio de tê-lo como amigo pessoal (...) Ele foi o mentor de vários de meus filhos".

O ex-presidente Jimmy Carter se disse "profundamente entristecido" pela morte daquele que "forjou a vida espiritual de dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo".

E, para Barack Obama, Graham "foi um humilde servo que orou para tantas pessoas - e que, com sabedoria e graça, deu esperança e conselhos a gerações de americanos".

O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, primeira personalidade religiosa da Igreja anglicana, elogiou "um exemplo para gerações de cristãos modernos". "A dívida da igreja mundial para com ele é incomensurável", acrescentou.

Ele também apareceu recentemente como conselheiro da jovem rainha Elizabeth II na minissérie "The Crown".

Em sessenta anos de carreira, o "Pastor da América" organizou mais de 400 enormes encontros em estádios e casas de shows, liderando "cruzadas" em 185 países, escreveu cerca de 30 livros traduzidos para 40 idiomas e pronunciou orações assistidas por 2,2 bilhões de telespectadores.

Considerado uma presença reconfortante em tempos de crise, liderou um serviço religioso nacional após os ataques de 11 de setembro de 2001. Presidiu o enterro do presidente Lyndon Johnson em 1973 e falou no funeral de Richard Nixon em 1994.

Nascido em 7 de novembro de 1918, o mais velho de quatro irmãos, Graham foi criado em uma fazenda em Charlotte, Carolina do Norte.

Ordenado pastor batista em 1939, casou-se com a filha de um missionário cristão na China, Ruth McCue Bell, que morreu em 2007 aos 87 anos e com quem teve cinco filhos.

Apesar dos quase 64 anos de casamento, ela sempre permaneceu presbiteriana.

Seu filho mais velho, William Franklin Graham III, de 65 anos, assumiu a tocha paterna: ordenado em 1982, é pastor evangelista e presidente da BGEA desde 1995.

Seu outro filho, Nelson, e uma de suas filhas, Anne Graham Lotz, também foram ordenados e são pastores. Ela escreveu vários livros.