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Igreja do Santo Sepulcro fecha as portas em protesto contra novo imposto

25/02/2018 12h55

Jerusalém, 25 Fev 2018 (AFP) - A igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém fechou as portas neste domingo para protestar contra um novo imposto do governo de Israel, anunciaram a administração cristã do templo.

A igreja fechou ao meio-dia (7H00 de Brasília), mas os responsáveis não informaram por quanto tempo.

As autoridades israelenses querem arrecadar impostos de algumas propriedades das Igrejas consideradas como "comerciais".

"Como medida de protesto, decidimos tomar esta medida sem precedentes e fechar a igreja do Santo Sepulcro", afirmaram os diretores ortodoxos, armênios e católicos do templo em um comunicado.

De acordo com eles, as novas medidas israelenses para obrigar a igreja a pagar impostos "são uma tentativa de enfraquecer a presença cristã em Jerusalém".

"Se (o projeto) for aprovado, tornará possível a expropriação das terras das Igrejas", afirma um comunicado. "Isso nos recorda todas as leis de mesma natureza que foram aplicadas aos judeus nos momentos sombrios da Europa", ressalta.

"Esta lei detestável (...) tornaria possível a expropriação de propriedades da igreja", afirma o comunicado, antes de destacar que o texto, que será analisado por um comitê ministerial, "nos recorda as leis similares adotadas contra os judeus durante o período mais obscuro na Europa".

Considerado como o local mais sagrado do cristianismo, o Santo Sepulcro foi construído onde Jesus foi crucificado e enterrado, de acordo com a tradição. Centenas de milhares de pessoas visitam o local todos os anos em peregrinação.

A igreja está localizada na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade sagrada que Israel ocupa há 50 anos e cuja anexação é considerada ilegal pela comunidade internacional.

Neste domingo, turistas confusos encontraram as portas da igreja fechadas e os guias turísticos tentavam explicar por que não podiam entrar.

"É muito decepcionante", lamentou Elona, uma turista russa que planejava visitar o lugar sagrado.

"É uma das principais atrações religiosas, e era muito importante para nós visitá-la porque é a nossa primeira vez aqui", disse ela.

O prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, indicou em um comunicado que a cidade esperava recuperar 650 milhões de shekels (152 milhões de euros) em impostos atrasados de algumas propriedades das igrejas.

Ele apontou que o Santo Sepulcro e todas as outras igrejas eram isentas de impostos e permaneceriam assim, e que apenas estabelecimentos como "hotéis, salas de reuniões e lojas" pertencentes às Igrejas seriam afetadas.

Os líderes cristãos acreditam que este projeto de lei compromete seu trabalho diário, que inclui não só serviços religiosos, mas também serviços sociais aos pobres.

Além disso, um projeto de lei distinto visa aliviar os temores dos israelenses que vivem em casas construídas em terras anteriormente pertencentes à Igreja Ortodoxa Grega e vendidas a particulares.

De acordo com a imprensa israelense, o ministério das Relações Exteriores criticou a decisão do prefeito de Jerusalém sobre a tributação das igrejas.

Em 1990, o Santo Sepulcro foi fechado com outros locais cristãos em protesto contra o assentamento de colonos perto desta igreja. Nove anos depois, os locais cristãos foram novamente fechados para protestar contra a construção de uma mesquita perto da Basílica da Anunciação em Nazaré.

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