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Inspetor de colégio turco condenado a 572 anos de prisão por abuso sexual

27/02/2018 10h22

Ancara, 27 Fev 2018 (AFP) - O inspetor de um colégio religioso foi condenado a 572 anos de prisão por ter abusado sexualmente de 18 internos dessa instituição, localizada no sul da Turquia - informou a agência de notícias Dogan.

Detido após ser denunciado pelos alunos, o réu foi condenado a 571 anos, 11 meses e 25 dias de prisão por um tribunal de Adiyaman, no sul do país, por "abusos sexuais", "obscenidade", "privação de liberdade", "ameaça" e "chantagem", acrescentou a Dogan.

Segundo o jornal "Hürriyet", ele começou a trabalhar no estabelecimento em 2012 e viveu no dormitório dos alunos de novembro de 2013 a fevereiro de 2015, embora a prática fosse proibida.

Nesse período, abusou sexualmente de vários menores, sobretudo, invadindo a cama desses rapazes, ou levando-os à sala das caldeiras, relata o jornal.

Após deixar o dormitório em fevereiro de 2015, passou a levar os alunos para sua casa, onde os violentava. Ele também foi acusado de ter exposto os menores a conteúdos pornográficos, de tê-los obrigado a fumar e de tê-los agredido, continuou o "Hürriyet".

A decisão da Justiça foi anunciada em meio à indignação nacional com a agressão sofrida por uma criança de 4,5 anos por um homem de 20 na província de Adana, também no sul, no início deste mês.

Na última semana, o governo anunciou a instalação de uma comissão de seis ministros para discutir os meios de lutar contra os abusos de menores. Entre eles, está o ministro da Justiça, Abdülhamit Gül, que defendeu a castração química nesse tipo de situação.

O número de casos de abuso sexual contra crianças passou de 3.778, em 2006, para 21.189, em 2016, segundo números do Ministério da Justiça divulgados por organizações de defesa dos direitos humanos.

A castração química já havia sido introduzida em julho de 2016, na Turquia, e valeria para os autores de crimes sexuais. O Conselho de Estado impediu sua implantação, alegando que "a definição do tratamento e seus limites eram vagos".