Inteligência militar dos EUA não reagiu à ingerência de Moscou nas eleições
O chefe da principal agência de inteligência militar dos Estados Unidos, a NSA, revelou nesta terça-feira (27) que jamais recebeu o aval da Casa Branca para reagir à ingerência dos serviços russos, acusados de interferir na campanha presidencial americana.
"É certo que não adotamos o mesmo comportamento" que a Rússia, admitiu o almirante Michael Rogers, diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) e chefe do Cybercom, o órgão americano encarregado da guerra informática, em audiência no Congresso.
Rogers, que falou à Comissão das Forças Armadas no Senado na qualidade de chefe do Cybercom, foi questionado sobre sua resposta aos ataques largamente documentados e admitidos pela inteligência americana.
Sem dar detalhes de suas atividades, explicou que não tem autoridade legal para "perturbar o funcionamento" dos serviços russos envolvidos e não recebeu instruções para fazê-lo.
Diante da resposta, a senadora democrata Jeanne Shaheen salientou: "se entendi bem, o presidente (Donald) Trump jamais deu ordem ao Cybercom para defender o país contra uma tentativa da Rússia de interferir nas eleições do próximo outono (boreal)".
"Nunca me deram instrução específica para tomar medidas fora da minha autoridade. Não me concederam autoridade suplementar" neste caso.
"É ao presidente que, no final, compete esta decisão", disse Rogers, assinalando que os militares não adotam qualquer iniciativa política.
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