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Trump ganha aliado na Califórnia contra leis santuário

28/03/2018 16h33

Los Angeles, 28 Mar 2018 (AFP) - O condado de Orange, um dos mais conservadores da Califórnia, se uniu à ação do procurador-geral dos Estados Unidos contra as políticas que este estado conduz para proteger pessoas em situação irregular, uma decisão elogiada pelo presidente Donald Trump.

O presidente escreveu nesta quarta-feira (28) no Twitter que seu "governo se solidariza com os cidadãos corajosos do condado de Orange que defendem seus direitos contra as políticas santuário ilegais e inconstitucionais da Califórnia".

"As leis santuário de Califórnia deixam que criminosos perigosos entrem nas comunidades. Todos os cidadãos têm direito a ser protegidos pela lei federal e por fronteiras seguras".

A Califórnia, o estado mais rico e povoado do país e reduto dos democratas, proíbe pela lei que as polícias locais cooperem com as autoridades federais na captura de imigrantes ilegais.

Também proíbe que mantenham as pessoas em situação irregular detidas até que possam entregá-los em custódia da polícia migratória ICE.

O condado de Orange é governado por uma junta de cinco supervisores, todos republicanos.

Na terça-feira à noite votaram para unir-se a uma demanda do procurador-geral Jeff Sessions contra Califórnia pelas leis que considera obstruem a aplicação da lei federal ao oferecer aos imigrantes sem documentos no santuário para driblar prisões e deportações.

O condado aprovou ainda uma resolução condenando a lei, que a supervisora Michelle Steel tachou de "totalmente inconstitucional".

As ações vêm pouco depois que a cidade de Los Alamitos -que pertence ao condado de Orange- votou para ser "isento" da lei santuário. Outras cidades dessa região conservadora devem continuar no mesmo caminho.

Vários cidadãos falaram na reunião do condado, que é pública, em apoio à resolução, alguns levantavam bandeiras americanas e gritavam: "Não, não, não estado santuário!".

Outros classificaram a ação de Sessions, chefe do departamento de Justiça, como "racista" e "divisionista".

O departamento do xerife de Orange já havia desafiado a lei santuário, ao publicar na segunda-feira uma lista das pessoas detidas, em que aparece a data que serão postos em liberdade e a classificação "hispânicos" e "Não hispânicos".

Trump chegou ao poder com um discurso anti-imigrantes, pelo qual prometia deportar os 11 milhões de estrangeiros em situação irregular - um quarto deles residentes na Califórnia - e construir um muro na fronteira com o México, que ainda tramita no Congresso.

Outras várias cidades da Califórnia, como São Francisco e Berkeley, se declararam santuários. Los Angeles aplica as políticas de cidade santuário, embora não tenha se proclamado como tal.