Líder norte-coreano anuncia fechamento de instalações de testes nucleares
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong- Un, anunciou a suspensão dos testes nucleares e de mísseis, assim como o fechamento das instalações de provas atômicas, informou neste sábado (21), sexta-feira no Brasil, a agência de notícias norte-coreana KCNA.
"A partir de 21 de abril, a Coreia do Norte deterá seus testes nucleares e seus lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais. Pyongyang "fechará as instalações de testes nucleares no norte do país para demonstrar sua promessa de suspender os testes nucleares", confirmou a agência sul-coreana Yonhap.
"Como já comprovamos a efetividade das armas nucleares, não necessitamos realizar mais testes nucleares ou lançamentos de mísseis de médio ou longo alcance, ou de mísseis balísticos intercontinentais", declarou Kim em um evento do Partido, segundo a KCNA.
"As instalações nucleares do Norte completaram sua missão", acrescentou Kim na reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
O regime norte-coreano promoveu durante anos uma política de "desenvolvimento simultâneo" nos âmbitos militar e econômico, recordou Kim, afirmando que agora a Coreia do Norte é um Estado poderoso.
"O partido e toda a Nação deverão se concentrar agora no desenvolvimento da economia socialista. Esta é a nova política estratégica do partido", declarou Kim ao Comitê Central.
O presidente americano, Donald Trump, saudou o anúncio de Kim como "uma ótima notícia para a Coreia do Norte e para o mundo". "Grande progresso", tuitou.
A Coreia do Sul celebrou a decisão, qualificada de "avanço significativo" para a "'desnuclearização' da península coreana".
"Isto criará um entorno muito positivo para o sucesso das iminentes cúpulas entre as Coreias e com os Estados Unidos".
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, saudou "uma iniciativa de futuro", mas destacou que "o ponto importante é saber se esta decisão levará ao abandono completo do desenvolvimento nuclear e de mísseis de maneira comprovável e irreversível".
"Queremos vigiar isto de perto"
Já o ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera, declarou que "não pode estar satisfeito" com uma declaração na qual Kim não menciona "o abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance", que ameaçam o Japão.
Itsunori Onodera acrescentou que o Japão não modificará sua política de pressão sobre o regime norte-coreano até "o abandono definitivo das armas de destruição em massa, armas nucleares e mísseis".
Pyongyang obteve rápidos progressos tecnológicos em seus programas de armas nos últimos anos, provocando duras sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU, dos Estados Unidos, da União Europeia, de Coreia do Sul e de outros países.
No ano passado, o regime norte-coreano realizou seu sexto teste nuclear, o mais potente até a data, e lançou mísseis capazes de atingir o território americano.
O anúncio deste sábado (21), que os Estados Unidos aguardavam há tempos, é um passo crucial no rápido degelo diplomático que experimenta a península coreana.
A revelação chega menos de uma semana antes da cúpula entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, na Zona Desmilitarizada que divide a península, e semanas antes do encontro entre o líder norte-coreano e o presidente americano, Donald Trump.
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