Marcha por paz e justiça reúne milhares na Nicarágua
Manágua, 29 Abr 2018 (AFP) -
Milhares de nicaraguenses participaram neste sábado de uma passeata para exigir paz e justiça após os protestos que deixaram 43 mortos, em um ambiente de reconciliação promovido pela Igreja católica.
Uma multidão vestida de azul e branco - as cores da Nicarágua - e integrada por jovens e adultos, estudantes e camponeses, convergiu de três pontos de Manágua em direção à catedral, convocados pela Conferência Episcopal.
Durante o protesto, os bispos deram o prazo de um mês para que se cheguem aos acordos visando o diálogo nacional, que será mediado pela Igreja.
"Peregrinamos como um só povo, irmanados na fé do senhor Jesus, irmãos na dor por tantas vidas perdidas (...). Um só povo peregrino irmão em busca de justiça, paz e reconciliação", disse o cardeal Leopoldo Brenes durante a homilia no encerramento da mobilização.
Brenes, em nome da Conferência Episcopal, disse que aceitou ser testemunha e mediador do diálogo convocado pelo presidente Ortega, mas deu o prazo de um mês para que provem "se há um compromisso real de se cumprir os acordos".
"Se observamos que não estão dando estes passos, vamos suspender tudo e dizer ao povo de Deus que não podemos prosseguir", advertiu Brenes.
Uma reforma da Previdência que elevava a contribuição de empregados e patrões e reduzia o valor dos benefícios deflagrou a onda de protestos, no dia 18 de abril, liderada por estudantes universitários.
O governo suspendeu a reforma no dia 22 de abril e apelou ao diálogo para se chegar a um novo projeto, convidando a Igreja católica e setores privados, que solicitaram a inclusão dos estudantes nas negociações.
Os estudantes exigiram neste sábado a criação de uma comissão internacional para investigar e punir os responsáveis pelas 43 mortes nos protestos como condição para participar do diálogo.
"Esta comissão deverá investigar, condenar e sancionar todos os responsáveis intelectuais e materiais dos crimes contra a humanidade cometidos no contexto da repressão", afirmaram estudantes universitários em uma declaração pública.
Os jovens propõe que a comissão seja integrada por representantes do não governamental Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), a Corte Internacional de Justiça (CIJ), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e as Nações Unidas (ONU).
"Não aceitamos que os assassinos investiguem a si mesmos", repudiaram os estudantes pedindo a dissolução de uma Comissão da Verdade formada por pessoas notáveis anunciada pelo Parlamento.
Os estudantes pedem que o diálogo comece em meados de maio com a participação de diversos setores, "incluindo uma representação das famílias das pessoas assassinadas".
Demandam também que as conversas sejam realizadas "de maneira pública e [com] a cobertura dos meios nacionais e internacionais". "Não aceitamos um diálogo fechado e de costas para a cidadania".
Milhares de nicaraguenses participaram neste sábado de uma passeata para exigir paz e justiça após os protestos que deixaram 43 mortos, em um ambiente de reconciliação promovido pela Igreja católica.
Uma multidão vestida de azul e branco - as cores da Nicarágua - e integrada por jovens e adultos, estudantes e camponeses, convergiu de três pontos de Manágua em direção à catedral, convocados pela Conferência Episcopal.
Durante o protesto, os bispos deram o prazo de um mês para que se cheguem aos acordos visando o diálogo nacional, que será mediado pela Igreja.
"Peregrinamos como um só povo, irmanados na fé do senhor Jesus, irmãos na dor por tantas vidas perdidas (...). Um só povo peregrino irmão em busca de justiça, paz e reconciliação", disse o cardeal Leopoldo Brenes durante a homilia no encerramento da mobilização.
Brenes, em nome da Conferência Episcopal, disse que aceitou ser testemunha e mediador do diálogo convocado pelo presidente Ortega, mas deu o prazo de um mês para que provem "se há um compromisso real de se cumprir os acordos".
"Se observamos que não estão dando estes passos, vamos suspender tudo e dizer ao povo de Deus que não podemos prosseguir", advertiu Brenes.
Uma reforma da Previdência que elevava a contribuição de empregados e patrões e reduzia o valor dos benefícios deflagrou a onda de protestos, no dia 18 de abril, liderada por estudantes universitários.
O governo suspendeu a reforma no dia 22 de abril e apelou ao diálogo para se chegar a um novo projeto, convidando a Igreja católica e setores privados, que solicitaram a inclusão dos estudantes nas negociações.
Os estudantes exigiram neste sábado a criação de uma comissão internacional para investigar e punir os responsáveis pelas 43 mortes nos protestos como condição para participar do diálogo.
"Esta comissão deverá investigar, condenar e sancionar todos os responsáveis intelectuais e materiais dos crimes contra a humanidade cometidos no contexto da repressão", afirmaram estudantes universitários em uma declaração pública.
Os jovens propõe que a comissão seja integrada por representantes do não governamental Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), a Corte Internacional de Justiça (CIJ), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e as Nações Unidas (ONU).
"Não aceitamos que os assassinos investiguem a si mesmos", repudiaram os estudantes pedindo a dissolução de uma Comissão da Verdade formada por pessoas notáveis anunciada pelo Parlamento.
Os estudantes pedem que o diálogo comece em meados de maio com a participação de diversos setores, "incluindo uma representação das famílias das pessoas assassinadas".
Demandam também que as conversas sejam realizadas "de maneira pública e [com] a cobertura dos meios nacionais e internacionais". "Não aceitamos um diálogo fechado e de costas para a cidadania".
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