CIDH avalia situação na Nicarágua como 'mais grave' do que pensava
Washington, 23 Mai 2018 (AFP) - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) constatou uma situação "mais grave" do que a esperada após sua visita à Nicarágua, abalada por mais de um mês de protestos contra o governo que deixaram 76 mortos, indicaram nesta quarta-feira (23) membros do órgão autônomo da OEA.
"Nossa visão ao chegar na Nicarágua era diferente do que vimos e depois de quase cinco dias partimos com a percepção de que a situação é muito mais grave do que pensávamos", declarou a repórteres o relator especial da CIDH para a Nicarágua, Antonia Urrejola.
"Encontramos uma situação mais complexa do que imaginávamos", concordou o secretário executivo da CIDH, Paulo Abrao.
Em coletiva de imprensa em Washington, os dois destacaram a "crise instalada" pelas manifestações em todo o país contra o governo de Daniel Ortega.
Urrejola, que participou via Skype a partir de Chile, apontou "um clima geral de insegurança e falta de confiança nas instituições".
Abrao, por sua vez, afirmou que a CIDH constatou "um padrão de violência e repressão" dos protestos e enfatizou um "ambiente de intimidação, ameaças".
"Há pessoas que estão aterrorizadas. Havia muito medo em testemunhar à comissão em razão das consequências e retaliação que poderia significar", disse, embora a delegação tenha retornado com "malas cheias" de documentos recolhidos.
No seu relatório preliminar, a CIDH revelou "sérias violações dos direitos humanos" caracterizadas por "uso excessivo" das forças de segurança e de terceiros armados para reprimir os protestos.
Também inclui "várias testemunhas (que) falam do uso de franco-atiradores" em Managua e Matagalpa (norte), o que indica "a possibilidade de execuções extrajudiciais".
A comissão documentou 76 mortes no contexto das manifestações, incluindo de policiais. Além disso, registrou 868 feridos, dos quais cinco seguem hospitalizados em estado grave, e 438 detidos, incluindo estudantes, civis, defensores dos direitos humanos e jornalistas.
"Este relatório ajuda a sistematizar informações que não estavam disponíveis para a opinião pública da comunidade internacional", disse Abrao.
"Nossa visão ao chegar na Nicarágua era diferente do que vimos e depois de quase cinco dias partimos com a percepção de que a situação é muito mais grave do que pensávamos", declarou a repórteres o relator especial da CIDH para a Nicarágua, Antonia Urrejola.
"Encontramos uma situação mais complexa do que imaginávamos", concordou o secretário executivo da CIDH, Paulo Abrao.
Em coletiva de imprensa em Washington, os dois destacaram a "crise instalada" pelas manifestações em todo o país contra o governo de Daniel Ortega.
Urrejola, que participou via Skype a partir de Chile, apontou "um clima geral de insegurança e falta de confiança nas instituições".
Abrao, por sua vez, afirmou que a CIDH constatou "um padrão de violência e repressão" dos protestos e enfatizou um "ambiente de intimidação, ameaças".
"Há pessoas que estão aterrorizadas. Havia muito medo em testemunhar à comissão em razão das consequências e retaliação que poderia significar", disse, embora a delegação tenha retornado com "malas cheias" de documentos recolhidos.
No seu relatório preliminar, a CIDH revelou "sérias violações dos direitos humanos" caracterizadas por "uso excessivo" das forças de segurança e de terceiros armados para reprimir os protestos.
Também inclui "várias testemunhas (que) falam do uso de franco-atiradores" em Managua e Matagalpa (norte), o que indica "a possibilidade de execuções extrajudiciais".
A comissão documentou 76 mortes no contexto das manifestações, incluindo de policiais. Além disso, registrou 868 feridos, dos quais cinco seguem hospitalizados em estado grave, e 438 detidos, incluindo estudantes, civis, defensores dos direitos humanos e jornalistas.
"Este relatório ajuda a sistematizar informações que não estavam disponíveis para a opinião pública da comunidade internacional", disse Abrao.
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