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Pesquisa mostra cristãos mais propensos a criticar imigrantes e muçulmanos

29/05/2018 17h05

Paris, 29 Mai 2018 (AFP) - Os cristãos da Europa ocidental são mais inclinados do que as pessoas sem identidade religiosa a criticar imigrantes e muçulmanos, de acordo com um estudo realizado em 15 países e publicado nesta terça-feira (29) pelo Pew Research Center.

O instituto americano independente realizou, em meados de 2017, uma ampla pesquisa em Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Noruega, Holanda, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido.

Na França, 45% dos cristãos (majoritariamente católicos ou protestantes) praticantes - aqueles que vão à missa pelo menos uma vez ao mês - declararam que "o Islã é fundamentalmente incompatível com a cultura e os valores" de seu país, contra 20% dos cidadãos ateus.

O fenômeno é ainda mais acentuado na Alemanha (com 55% dos cristãos praticantes contra 32% dos ateus) e na Itália (63% e 29%).

Apesar dos repetidos pedidos do papa Francisco e das igrejas protestantes para acolher os exilados, os cristãos também são mais propensos a apoiar uma redução da imigração do que seus concidadãos sem identidade religiosa.

A Itália, no centro de uma crise migratória desde 2015, se destaca com um índice de 63% de cristãos praticantes a favor de uma acolhida reduzida, em comparação com 36% das pessoas sem religião.

Portugal é o país mais tolerante sobre este assunto, com 33% dos praticantes que pedem uma política migratória mais restritiva, contra 26% dos ateus.

O centro de pesquisa Pew ressaltou que os católicos tendem a ter mais opiniões negativas sobre o Islã do que os protestantes.

Isso é ilustrado na Alemanha, onde 31% dos fiéis católicos dizem ter "a impressão de serem estrangeiros em seu próprio país", por conta do número de muçulmanos, contra 19% dos protestantes.

O Pew Research Center realizou esta pesquisa entre abril e agosto de 2017 entre 24.599 adultos, com uma amostragem de 1.500 pessoas ou mais em cada país. As perguntas por telefone foram feitas sob a direção do instituto GfK Bélgica, com uma margem de erro de 2,7 a 3,4 pontos, segundo os Estados.