Síria ameaça utilizar a força contra os curdos apoiados pelos EUA
Damasco, 31 Mai 2018 (AFP) - O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que está aberto a trabalhar pela reconciliação no país em guerra, mas não descartou recorrer à força contra os combatentes curdos apoiados pelos Estados Unidos para reconquistar as regiões sob seu controle.
Em uma entrevista ao canal russo Russia Today, exibida nesta quinta-feira, Assad afirmou que se evitou um confronto direto na Síria entre Rússia e Estados Unidos, onde as duas potências atuam militarmente.
"O único problema que resta na Síria são as Forças Democráticas Sírias (FDS)", disse o presidente sírio, cujas tropas conseguiram reconquistar mais de 60% do território que era controlado pelos rebeldes e os jihadistas.
"Temos duas opções para resolver o problema: abrimos primeiro a via das negociações, já que a maioria dos membros (das FDS) são sírios. Se não funcionar, vamos liberar nossos territórios à força. Não temos outra opção", completou.
O Pentágono advertiu o presidente sírio, Bashar al Assad, caso realize uma ofensiva contra as forças curdas, apoiadas pelos Estados Unidoss.
"Qualquer parte interessada na Síria deve entender que atacar as forças americanas ou a nossos parceiros da coalizão será uma má política", disse o tenente-geral Kenneth McKenzie, diretor do comando conjunto, durante uma coletiva de imprensa.
As FDS, apoiadas militarmente pelos Estados Unidos, são uma coalizão de combatentes curdos e árabes. O grupo teve um papel crucial na luta contra o Estado Islâmico (EI) e derrotaram os extremistas em várias regiões da Síria, incluindo sua "capital" Raqa. Os combates continuam na zona leste da província de Deir Ezzor.
Controlam importantes setores do território nas regiões norte de nordeste da Síria.
"É nossa terra e é nosso direito e nosso libertá-la. Os americanos devem partir e sairão, de uma maneira ou de outra", completou Assad.
"Com a libertação de Aleppo (norte), depois (a cidade de) Deir Ezzor e antes Homs (centro) e agora Damasco, os americanos perdem suas cartas", disse.
As FDS não reagiram até o momento às ameaças, mas o porta-voz da coalizão internacional, o coronel Sean Ryan, destacou "o incrível trabalho da força opositora na luta contra o EI". Estes rebeldes devem ser "elogiados e não ameaçados", disse.
- Evitar confrontos maiores -No fim de abril explodiram combates entre as forças do regime e os combatentes das FDS na província de Deir Ezzor, que possui reservas de petróleo.
As forças de Damasco apoiadas pela aviação russa e as das FDS, respaldadas pela coalizão internacional liderada por Washington, realizaram ofensivas para expulsar os extremistas do EI de seus últimos redutos na província.
Assad controla a cidade de Deir Ezzor, capital da província, assim como toda a margem oeste do Eufrates, enquanto as FDS estão mobilizadas na margem leste.
Os combates desta quinta-feira mataram oito civis na província de Deir Ezzor.
A intervenção militar russa na Síria, a partir de setembro de 2015, permitiu ao regime de Damasco retomar os territórios que eram controlados pelo EI e enfraquecer significativamente os grupos rebeldes.
A Rússia não consegue, no entanto, transformar as vitórias militares em um êxito político para resolver o conflito.
Assad afirmou na entrevista que um confronto direto entre Rússia e Estados Unidos foi evitado.
"Estivemos perto de um conflito direto entre as forças da Rússia e dos Estados Unidos", declarou Assad ao canal Russia Today.
O presidente sírio elogiou a "sabedoria da direção russa" que permitiu, segundo ele, afastar o fantasma de um conflito, pois "ninguém no mundo, e em primeiro lugar os sírios, tem interesse que este confronto aconteça".
- 'Não há tropas iranianas na Síria' -Sobre o denunciado envolvimento de seu aliado Irã no conflito, e os recentes bombardeios israelenses contra posições militares apresentadas como iranianas na Síria, Assad afirmou que "não há tropas iranianas em nosso território".
"Não podemos escondê-los (os iranianos) e não temos vergonha de afirmar claramente que não há. Apenas oficiais iranianos ajudam o exército sírio".
"Israel diz ter atacado bases e acampamentos iranianos. Mas na realidade tivemos dezenas de sírios mortos ou feridos, e nenhum iraniano", afirmou.
A guerra na Síria, que começou em 2011 após a repressão de manifestações, se tornou progressivamente mais complexa com o passar dos anos e o envolvimento de múltiplos personagens.
O conflito deixou 350.000 mortos e milhões de deslocados.
bur-jmm/hj/tp/pa/pb/fp
Em uma entrevista ao canal russo Russia Today, exibida nesta quinta-feira, Assad afirmou que se evitou um confronto direto na Síria entre Rússia e Estados Unidos, onde as duas potências atuam militarmente.
"O único problema que resta na Síria são as Forças Democráticas Sírias (FDS)", disse o presidente sírio, cujas tropas conseguiram reconquistar mais de 60% do território que era controlado pelos rebeldes e os jihadistas.
"Temos duas opções para resolver o problema: abrimos primeiro a via das negociações, já que a maioria dos membros (das FDS) são sírios. Se não funcionar, vamos liberar nossos territórios à força. Não temos outra opção", completou.
O Pentágono advertiu o presidente sírio, Bashar al Assad, caso realize uma ofensiva contra as forças curdas, apoiadas pelos Estados Unidoss.
"Qualquer parte interessada na Síria deve entender que atacar as forças americanas ou a nossos parceiros da coalizão será uma má política", disse o tenente-geral Kenneth McKenzie, diretor do comando conjunto, durante uma coletiva de imprensa.
As FDS, apoiadas militarmente pelos Estados Unidos, são uma coalizão de combatentes curdos e árabes. O grupo teve um papel crucial na luta contra o Estado Islâmico (EI) e derrotaram os extremistas em várias regiões da Síria, incluindo sua "capital" Raqa. Os combates continuam na zona leste da província de Deir Ezzor.
Controlam importantes setores do território nas regiões norte de nordeste da Síria.
"É nossa terra e é nosso direito e nosso libertá-la. Os americanos devem partir e sairão, de uma maneira ou de outra", completou Assad.
"Com a libertação de Aleppo (norte), depois (a cidade de) Deir Ezzor e antes Homs (centro) e agora Damasco, os americanos perdem suas cartas", disse.
As FDS não reagiram até o momento às ameaças, mas o porta-voz da coalizão internacional, o coronel Sean Ryan, destacou "o incrível trabalho da força opositora na luta contra o EI". Estes rebeldes devem ser "elogiados e não ameaçados", disse.
- Evitar confrontos maiores -No fim de abril explodiram combates entre as forças do regime e os combatentes das FDS na província de Deir Ezzor, que possui reservas de petróleo.
As forças de Damasco apoiadas pela aviação russa e as das FDS, respaldadas pela coalizão internacional liderada por Washington, realizaram ofensivas para expulsar os extremistas do EI de seus últimos redutos na província.
Assad controla a cidade de Deir Ezzor, capital da província, assim como toda a margem oeste do Eufrates, enquanto as FDS estão mobilizadas na margem leste.
Os combates desta quinta-feira mataram oito civis na província de Deir Ezzor.
A intervenção militar russa na Síria, a partir de setembro de 2015, permitiu ao regime de Damasco retomar os territórios que eram controlados pelo EI e enfraquecer significativamente os grupos rebeldes.
A Rússia não consegue, no entanto, transformar as vitórias militares em um êxito político para resolver o conflito.
Assad afirmou na entrevista que um confronto direto entre Rússia e Estados Unidos foi evitado.
"Estivemos perto de um conflito direto entre as forças da Rússia e dos Estados Unidos", declarou Assad ao canal Russia Today.
O presidente sírio elogiou a "sabedoria da direção russa" que permitiu, segundo ele, afastar o fantasma de um conflito, pois "ninguém no mundo, e em primeiro lugar os sírios, tem interesse que este confronto aconteça".
- 'Não há tropas iranianas na Síria' -Sobre o denunciado envolvimento de seu aliado Irã no conflito, e os recentes bombardeios israelenses contra posições militares apresentadas como iranianas na Síria, Assad afirmou que "não há tropas iranianas em nosso território".
"Não podemos escondê-los (os iranianos) e não temos vergonha de afirmar claramente que não há. Apenas oficiais iranianos ajudam o exército sírio".
"Israel diz ter atacado bases e acampamentos iranianos. Mas na realidade tivemos dezenas de sírios mortos ou feridos, e nenhum iraniano", afirmou.
A guerra na Síria, que começou em 2011 após a repressão de manifestações, se tornou progressivamente mais complexa com o passar dos anos e o envolvimento de múltiplos personagens.
O conflito deixou 350.000 mortos e milhões de deslocados.
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