Assad culpa EUA e Israel por persistência da guerra na Síria
Em uma entrevista à emissora iraniana Al-Alam, o presidente sírio, Bashar al-Assad, acusou Estados Unidos e Israel pela demora em haver um acordo sobre o sul da Síria - território hoje majoritariamente controlado por grupos rebeldes.
Na entrevista, divulgada na noite desta quarta-feira (13), Assad afirmou que "os russos sugeriram dar uma oportunidade à reconciliação", sabendo que "[o conflito sírio] continua sem resultados concretos por uma simples razão, que é a interferência israelense e americana".
Segundo ele, os dois países "pressionam os terroristas a fim de impedir qualquer compromisso ou resolução pacífica". Mas os "contatos continuam em curso entre os russos, os americanos e os israelenses", afirmou Assad.
Estratégica, a região do sul do país está na fronteira com a Jordânia e os Altos do Golã, anexados por Israel. É de particular interesse para o regime sírio, mas também para o Irã, a Rússia, Israel, Jordânia e Estados Unidos.
Cerca de 500 combatentes do grupo libanês Hezbollah, aliado de Teerã, e os conselheiros iranianos também estão presentes na região, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Israel suspeita que Irã e Hezbollah procuram ampliar sua influência além de suas fronteiras, e reitera que "não há lugar para a mínima presença militar iraniana em nenhuma parte da Síria", segundo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Na entrevista, Assad disse que sua relação com o regime do Irã é "estratégica" e "não tributária" para ser negociada "no bazar político internacional", em referência a um possível acordo para eliminar a presença iraniana e de seus aliados no sul do país.
Irã e Rússia deram grande apoio ao regime sírio desde que começou a guerra, em 2011. A intervenção de Moscou em setembro de 2015 permitiu que o regime conquistasse vitórias frente aos rebeldes e extremistas e controlar, hoje, mais de 60% do território.
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