Governo avalia convocar referendo se Congresso rejeitar reforma judicial
Lima, 12 Jul 2018 (AFP) - O governo peruano avalia convocar um referendo para impulsionar uma reforma judicial e política se o Congresso, controlado pela oposição, adiar a proposta, após a divulgação de áudios de juízes negociando sentenças, declarou nesta quinta-feira (12) o ministro da Justiça.
"Se em um curto prazo não houver vontade política (do Congresso), teremos que usar outros mecanismos democráticos, como o referendo", disse a jornalistas o ministro da Justiça, Salvador Heresi, em declarações públicas.
O presidente Martín Vizcarra anunciou na quarta-feira a criação de uma comissão para elaborar uma proposta de reforma integral do sistema judiciário do Peru.
"A ideia do presidente é que essa comissão faça uma proposta e a apresente ao Congresso", continuou o titular de Justiça.
A proposta da comissão - que seria integrada por juristas de trajetória reconhecida e autoridade moral - deve ser entregue por Vizcarra em 28 de julho, durante a sua mensagem anual ao país pelo dia da festa nacional do Peru.
Heresi detalhou que a proposta deve incluir "uma reforma estrutural do sistema de administração de Justiça do país, se não uma reforma política e eleitoral".
"Isso é uma crise que o governo quer aproveitar como uma oportunidade para liderar mudanças", indicou.
No caso de o Congresso demorar a discutir a reforma, os cidadãos deverão se pronunciar em um referendo, assegurou. Para isso, é necessário "algumas doses de coragem para enfrentar poderes fáticos", afirmou.
O país está agitado por um escândalo de suposta corrupção a nível judicial depois que a imprensa divulgou no final de semana comprometedores áudios de juízes negociando sentenças ou pedindo favores.
Em um dos áudios divulgados por um canal de televisão, é possível ouvir o presidente do Tribunal Superior (de apelações) de Callao, Walter Ríos, pedindo uma quantia de dinheiro.
"Estou pensando em 10 'verdinhas'. Proponho, mas como garantia eu dou a minha palavra (...), Se não sair, eu lhe devolvo", diz o magistrado a um interlocutor fazendo alusão, aparentemente, a um montante de dinheiro em dólares.
Em outro áudio ouve-se o magistrado César Hinostroza, da Suprema Corte, falando sobre um processo pelo estupro de uma menina de 11 anos. Depois diz: "o que querem? Que eu diminua a pena ou que o declare inocente?"
O escândalo levou a Promotoria e o poder judicial a abrir investigações por suposto tráfico de influência.
Nas gravações divulgadas falam tanto juízes, quanto membros do Conselho Nacional da Magistratura, órgão encarregado de designar os juízes peruanos.
"Se em um curto prazo não houver vontade política (do Congresso), teremos que usar outros mecanismos democráticos, como o referendo", disse a jornalistas o ministro da Justiça, Salvador Heresi, em declarações públicas.
O presidente Martín Vizcarra anunciou na quarta-feira a criação de uma comissão para elaborar uma proposta de reforma integral do sistema judiciário do Peru.
"A ideia do presidente é que essa comissão faça uma proposta e a apresente ao Congresso", continuou o titular de Justiça.
A proposta da comissão - que seria integrada por juristas de trajetória reconhecida e autoridade moral - deve ser entregue por Vizcarra em 28 de julho, durante a sua mensagem anual ao país pelo dia da festa nacional do Peru.
Heresi detalhou que a proposta deve incluir "uma reforma estrutural do sistema de administração de Justiça do país, se não uma reforma política e eleitoral".
"Isso é uma crise que o governo quer aproveitar como uma oportunidade para liderar mudanças", indicou.
No caso de o Congresso demorar a discutir a reforma, os cidadãos deverão se pronunciar em um referendo, assegurou. Para isso, é necessário "algumas doses de coragem para enfrentar poderes fáticos", afirmou.
O país está agitado por um escândalo de suposta corrupção a nível judicial depois que a imprensa divulgou no final de semana comprometedores áudios de juízes negociando sentenças ou pedindo favores.
Em um dos áudios divulgados por um canal de televisão, é possível ouvir o presidente do Tribunal Superior (de apelações) de Callao, Walter Ríos, pedindo uma quantia de dinheiro.
"Estou pensando em 10 'verdinhas'. Proponho, mas como garantia eu dou a minha palavra (...), Se não sair, eu lhe devolvo", diz o magistrado a um interlocutor fazendo alusão, aparentemente, a um montante de dinheiro em dólares.
Em outro áudio ouve-se o magistrado César Hinostroza, da Suprema Corte, falando sobre um processo pelo estupro de uma menina de 11 anos. Depois diz: "o que querem? Que eu diminua a pena ou que o declare inocente?"
O escândalo levou a Promotoria e o poder judicial a abrir investigações por suposto tráfico de influência.
Nas gravações divulgadas falam tanto juízes, quanto membros do Conselho Nacional da Magistratura, órgão encarregado de designar os juízes peruanos.
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