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Rússia nega que suspeito no caso Skripal seja coronel de serviço de espionagem

Alexander Petrov e Ruslan Boshirov são suspeitos de ter usado o agente nervoso Novichok para envenenar ex-espião e a filha - Met Police
Alexander Petrov e Ruslan Boshirov são suspeitos de ter usado o agente nervoso Novichok para envenenar ex-espião e a filha Imagem: Met Police

Da AFP, em Moscou

27/09/2018 06h21

A Rússia negou nesta quinta-feira (27) as informações publicadas pelo site Bellingcat que apresentavam um dos homens acusados pelo Reino Unido de ter envenenado o ex-espião Serguei Skripal como um coronel militar russo.

"Não há nenhuma prova, assim continuam com a campanha no plano das informações com o único objetivo de desviar a atenção sobre a principal questão: o que aconteceu em Salisbury?", questionou no Facebook a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

"A pergunta continua: existe alguma prova sobre o envolvimento de quem quer que seja no envenenamento em Salisbury, como classifica Londres?", completou.

As autoridades britânicas afirmam que o ataque com a substância neurotóxica Novichok contra Serguei Skripal e sua filha Yulia, em março, no sudoeste do Reino Unido, foi cometido por dois agentes do GRU, o serviço de espionagem militar russo.

De acordo com o site Bellingcat, com sede no Reino Unido, um dos suspeitos, identificado por Londres como "Ruslan  Boshirov", é na realidade o coronel Anatoli  Chepiga, um oficial do GRU altamente condecorado.

O portal publica uma foto do passaporte de Anatoli  Chepiga de 2003, muito similar ao "Ruslan  Boshirov" da imagem divulgada por Londres.

De acordo com o Bellingcat, Chepiga nasceu em 1979 em Nikolayevka, cidade do leste da Rússia. Depois de obter formação em uma prestigiosa academia militar da região se alistou nas forças especiais do GRU.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou em 12 de setembro que os dois homens acusados por Londres eram "civis" que não fizeram nada criminoso.

Os dois indivíduos foram entrevistados pelo canal russo RT e afirmaram que visitaram Salisbury, onde Skripal morava, como turistas. Também negaram trabalhar como agentes do GRU.