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EUA acusa Irã de esconder programa de armas químicas

22/11/2018 19h27

Haia, 22 Nov 2018 (AFP) - Os Estados Unidos acusaram nesta quinta-feira o Irã de não informar sobre um programa de armas tóxicas durante uma reunião da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), violando os acordos internacionais.

O representante americano na OPAQ, Kenneth Ward, declarou durante a Conferência dos Estados Partes da Organização, em Haia, que Teerã também tenta adquirir agentes neurotóxicos mortais com "finalidades ofensivas".

Teerã não reagiu de imediato a estas acusações, que se somam às atuais tensões com Washington sobre o programa nuclear iraniano e a guerra na Síria.

"Os Estados Unidos temem há algum tempo que o Irã mantenha um programa de armas químicas que omitiu da OPAQ", declarou Ward durante reunião sobre a função da OPAQ para os próximos anos.

Washington também "está preocupado com o fato de o Irã utilizar com objetivos ofensivos substâncias químicas que agem sobre o sistema nervoso central".

O Irã não declarou o envio de obuses com carga química à Líbia nos anos 1980, apesar do apelo da OPAQ para identificar sua origem, segundo o representante americano.

Os obuses foram encontrados na Líbia após a morte do ditador Muammar Kadhafi, em 2011.

"Eram claramente de origem iraniana, como revelam as inscrições em farsi sobre as caixas com os obuses de artilharia", disse Ward, acrescentando que o Irã também não declarou um "depósito de armas químicas".

Estas novas acusações chegam em um contexto de pressão do presidente americano, Donald Trump, que se retirou do acordo nuclear firmado em 2015 com o Irã e restabeleceu uma série de sanções contra Teerã.

Ward também acusou o Irã e a Rússia de "permitir" ao governo do presidente sírio, Bashar al Assad, o uso de armas químicas, "enquanto prosseguem com seus próprios programas de armas químicas".