Justiça de SP bloqueia novamente aliança entre Boeing e Embraer
São Paulo, 20 dez 2018 (AFP) - Um juiz federal de São Paulo suspendeu novamente nesta quinta-feira (20) a aliança entre a fabricante aeronáutica brasileira Embraer e a americana Boeing, informou a estatal Agência Brasil.
Há duas semanas, o juiz Victorio Giuzio Neto, da Justiça Civil Federal de São Paulo, tinha concedido uma liminar para que o acordo fosse suspenso até depois de o presidente eleito, Jair Bolsonaro, tomar posse, em 1º de janeiro. Contudo, a decisão foi revogada em segunda instância quatro dias mais tarde.
Boeing e Embraer emitiram uma declaração conjunta ratificando sua intenção de formar um grupo líder na aviação comercial avaliado em 5,26 bilhões de dólares. O comunicado afirmava que faltava apenas a aprovação do governo brasileiro para seguir em frente.
O acordo prevê que a Boeing assuma o controle das atividades civis da Embraer por US$ 4,2 bilhões, o que lhe dará o controle sobre 80% do capital do novo grupo. Os 20% restantes ficam nas mãos da brasileira.
Os setores da defesa e da aviação executiva da Embraer ficam de fora do acordo, alcançado em julho.
A Embraer é a terceira maior fabricante aeronáutica do mundo, com faturamento de cerca de 6 bilhões de dólares e 16.000 funcionários.
Privatizada em 1994, é uma das joias industriais do Brasil, com uma gama de jatos civis, militares e também de negócios.
Com sede em São José dos Campos, a Embraer foi privatizada em 1994, mas o governo conservou um poder de veto em questões estratégicas, o "golden share".
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