Missão anticorrupção da ONU na Guatemala reafirma que cumprirá mandato
Cidade da Guatemala, 24 Jan 2019 (AFP) - A missão da ONU que teve um papel-chave na luta contra a corrupção na Guatemala reafirmou nesta quinta-feira (24) que cumprirá seu mandato, que termina em setembro, apesar da tentativa do governo de encerrá-la antecipadamente.
A Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig) destacou em um comunicado que "em nenhum momento suspendeu suas operações" no país e que continua com seus trabalhos em função do acordo vigente até 3 de setembro.
Detalhou que continua funcionando amparada por uma resolução da Corte de Constitucionalidade (CC), máxima instância legal do país, que reverteu a ordem do presidente Jimmy Morales, que em 8 de janeiro anunciou o encerramento prematuro da Cicig.
O chefe de Estado, que antes elogiava o trabalho da comissão, acusa a mesma de ultrapassar suas funções, violar a presunção de inocência e cometer ilegalidades em suas investigações.
Morales havia se comprometido na campanha de 2015 a pedir uma nova ampliação do mandato da Cicig para 2019-2021, mas em agosto do ano passado, voltou atrás em sua promessa e inclusive proibiu o retorno ao pais do ex-juiz colombiano Iván Velásquez, chefe da entidade.
Em 2017, a Cicig e a promotoria pediram para suspender o foro privilegiado de Morales para investigá-lo por suspeita de financiamento ilícito no partido que o levou ao poder, o direitista FCN-Nación.
Nesta quarta-feira, a Cicig anunciou que o governo notificou a retirada dos agentes e veículos da Polícia subordinados à missão, uma medida concretizada na quinta-feira.
A Cicig acrescentou que Velásquez se comunicou com a procuradora-geral, Consuelo Porras, para informá-la que entidade continua funcionando.
O governo de Morales mantém um desafio à ordem da corte constitucional sobre outras resoluções a favor da Cicig, entre elas uma que determine permitir o retorno de Velásquez à Guatemala.
hma/mas/cbr/mvv
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